20 DE JANEIRO: SÃO SEBASTIÃO & OXÓSSI
História, fé, sincretismo, poesia e oração.
Acredito que os preconceitos estão entre os principais causadores de desunião entre os seres humanos, contribuindo decisivamente para dificultar a convivência harmônica entre as verdades relativas, próprias da condição humana. É meu propósito ser, um dia, uma pessoa livre de preconceitos, e considero que um princípio básico para concretizar esse processo de libertação é saber, e sempre lembrar, que não há verdade humana absoluta. Desta forma compreendo que a verdade não é posse exclusiva de nenhuma religião, filosofia ou de um povo e, com este pensamento, vou à busca dela, sem me importar se a fonte é budista, espírita, católica, protestante, islâmica, confuciana, ayahuasqueira ou de outras filosofias valiosas, que tanto bem fazem aos corações e auxiliam as pessoas a viverem melhor.
Neste trabalho, esforço-me no aprimoramento do discernimento, para perceber o que deve ser o real objeto de minhas buscas e crenças, e não ser ingênuo e tolo ao ponto de ir embarcando e acreditando em qualquer “canoa filosófica” que passe em minha frente.
Hoje, 20 de janeiro, é dia consagrado a um ser que deixou um marco na humanidade, sendo alvo de culto no catolicismo e em algumas religiões afro-brasileiras. A Ele também presto minhas homenagens.
Salve São Sebastião!!! Salve Oxóssi!!!
Gilvan Almeida
1. São Sebastião no Catolicismo:
História, fé, sincretismo, poesia e oração.
Acredito que os preconceitos estão entre os principais causadores de desunião entre os seres humanos, contribuindo decisivamente para dificultar a convivência harmônica entre as verdades relativas, próprias da condição humana. É meu propósito ser, um dia, uma pessoa livre de preconceitos, e considero que um princípio básico para concretizar esse processo de libertação é saber, e sempre lembrar, que não há verdade humana absoluta. Desta forma compreendo que a verdade não é posse exclusiva de nenhuma religião, filosofia ou de um povo e, com este pensamento, vou à busca dela, sem me importar se a fonte é budista, espírita, católica, protestante, islâmica, confuciana, ayahuasqueira ou de outras filosofias valiosas, que tanto bem fazem aos corações e auxiliam as pessoas a viverem melhor.
Neste trabalho, esforço-me no aprimoramento do discernimento, para perceber o que deve ser o real objeto de minhas buscas e crenças, e não ser ingênuo e tolo ao ponto de ir embarcando e acreditando em qualquer “canoa filosófica” que passe em minha frente.
Hoje, 20 de janeiro, é dia consagrado a um ser que deixou um marco na humanidade, sendo alvo de culto no catolicismo e em algumas religiões afro-brasileiras. A Ele também presto minhas homenagens.
Salve São Sebastião!!! Salve Oxóssi!!!
Gilvan Almeida
1. São Sebastião no Catolicismo:
"São Sebastião nasceu na Itália, de acordo com Santo Ambrósio, por volta do século III. Pertencente a uma família cristã, foi batizado em criança. Mais tarde, tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser considerado um dos oficiais prediletos do Imperador Diocleciano.
Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e ativo. Fazia de tudo para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos ao cristianismo. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho, Tibúrcio, foram convertidos por ele.
Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve, então, que comparecer ante o imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento.
Diante do Imperador, Sebastião não negou a sua fé e foi condenado à morte, sem direito à apelação. Amarrado a um tronco, foi varado por flechas, na presença da guarda pretoriana. No entanto, uma viúva chamada Irene retirou as flechas do peito de Sebastião e o tratou.
Assim que se recuperou, demonstrando muita coragem, se apresentou novamente diante do Imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo com tamanha ousadia, Diocleciano ordenou que os guardas o açoitassem até a morte. O fato ocorreu no dia 20 de janeiro de 288.
São Sebastião é um santo muito popular e padroeiro do município do Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas.
Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado em 20 de janeiro. São Sebastião é o protetor da Humanidade contra a fome, a peste e a guerra."
São Sebastião
Autor: Rainer Maria Rilke
Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e ativo. Fazia de tudo para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos ao cristianismo. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho, Tibúrcio, foram convertidos por ele.
Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve, então, que comparecer ante o imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento.
Diante do Imperador, Sebastião não negou a sua fé e foi condenado à morte, sem direito à apelação. Amarrado a um tronco, foi varado por flechas, na presença da guarda pretoriana. No entanto, uma viúva chamada Irene retirou as flechas do peito de Sebastião e o tratou.
Assim que se recuperou, demonstrando muita coragem, se apresentou novamente diante do Imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo com tamanha ousadia, Diocleciano ordenou que os guardas o açoitassem até a morte. O fato ocorreu no dia 20 de janeiro de 288.
São Sebastião é um santo muito popular e padroeiro do município do Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas.
Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado em 20 de janeiro. São Sebastião é o protetor da Humanidade contra a fome, a peste e a guerra."
São Sebastião
Autor: Rainer Maria Rilke
Como alguém que jazesse, está de pé,
sustentado por sua grande fé.
Como mãe que amamenta, a tudo alheia,
grinalda que a si mesma se cerceia.
E as setas chegam: de espaço em espaço,
como se de seu corpo desferidas,
tremendo em suas pontas soltas de aço.
Mas ele ri, incólume, às feridas.
Num só passo a tristeza sobrevém
e em seus olhos desnudos se detém,
até que a neguem, como bagatela,
e como se poupassem com desdém
os destrutores de uma coisa bela.
(Tradução: Augusto de Campos)
2. São Sebastião nas Religiões Afro-brasileiras:
sustentado por sua grande fé.
Como mãe que amamenta, a tudo alheia,
grinalda que a si mesma se cerceia.
E as setas chegam: de espaço em espaço,
como se de seu corpo desferidas,
tremendo em suas pontas soltas de aço.
Mas ele ri, incólume, às feridas.
Num só passo a tristeza sobrevém
e em seus olhos desnudos se detém,
até que a neguem, como bagatela,
e como se poupassem com desdém
os destrutores de uma coisa bela.
(Tradução: Augusto de Campos)
2. São Sebastião nas Religiões Afro-brasileiras:
"Na Umbanda, São Sebastião corresponde a Oxóssi.
No Brasil, o Orixá tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos, recebendo o título de Rei das Matas.
Oxóssi é o Orixá masculino iorubá responsável pela fundamental atividade da caça. Por isso na África é também cultuado como Odé, que significa caçador.
Seus símbolos são ligados à caça: no Candomblé, possui um ou dois chifres de búfalo dependurados na cintura. Na mão, usa o eruquerê (eiru), que são pelos de rabo de boi presos numa bainha de couro enfeitada com búzios.
Oxóssi é o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de fazê-lo, pois falta o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste Orixá regente do pólo positivo da linha do Conhecimento.
O fato é que o Trono do Conhecimento é uma divindade assentada na Coroa Divina, é uma individualização do Trono das Sete Encruzilhadas e em sua irradiação cria os dois pólos magnéticos da linha do Conhecimento. O Orixá Oxóssi rege o pólo positivo e a Orixá Obá rege o pólo negativo.
Oxóssi irradia o conhecimento e Obá o concentra.
Oxóssi estimula e Obá anula.
Oxóssi vibra conhecimento e Obá absorve as irradiações desordenadas dos seres regidos pelos mistérios do Conhecimento.
Oxóssi é vegetal e Obá é telúrica.
Oxóssi é de magnetismo irradiante e Obá é de magnetismo absorvente.
Oxóssi está nos vegetais e Obá está em sua raiz, como a terra fértil onde eles crescem e se multiplicam.
Oxóssi é o raciocínio hábil e Obá é o racional concentrador.
O filho de Oxóssi apresenta arquetipicamente as características atribuídas ao Orixá. Representa o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo. Oxóssi desconhece a agricultura, não muda o solo para ele plantar, apenas recolhe o que pode ser imediatamente consumido, a caça.
No tipo psicológico a ele identificado, o resultado dessa atividade é o conceito de forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa e da aldeia para embrenhar-se na mata, a fim de caçar.
Geralmente Oxóssi é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Tem, portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir. Buscam preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo é marcado por um forte sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do sustento da tribo."
Fontes:
-Os Orixás, Editora Três.
-O código de Umbanda, de Rubens Saraceni.
-http://www.velhosamigos.com.br/datasespeciais
Trecho da Oração dos Orixás – Oxóssi
No Brasil, o Orixá tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos, recebendo o título de Rei das Matas.
Oxóssi é o Orixá masculino iorubá responsável pela fundamental atividade da caça. Por isso na África é também cultuado como Odé, que significa caçador.
Seus símbolos são ligados à caça: no Candomblé, possui um ou dois chifres de búfalo dependurados na cintura. Na mão, usa o eruquerê (eiru), que são pelos de rabo de boi presos numa bainha de couro enfeitada com búzios.
Oxóssi é o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de fazê-lo, pois falta o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste Orixá regente do pólo positivo da linha do Conhecimento.
O fato é que o Trono do Conhecimento é uma divindade assentada na Coroa Divina, é uma individualização do Trono das Sete Encruzilhadas e em sua irradiação cria os dois pólos magnéticos da linha do Conhecimento. O Orixá Oxóssi rege o pólo positivo e a Orixá Obá rege o pólo negativo.
Oxóssi irradia o conhecimento e Obá o concentra.
Oxóssi estimula e Obá anula.
Oxóssi vibra conhecimento e Obá absorve as irradiações desordenadas dos seres regidos pelos mistérios do Conhecimento.
Oxóssi é vegetal e Obá é telúrica.
Oxóssi é de magnetismo irradiante e Obá é de magnetismo absorvente.
Oxóssi está nos vegetais e Obá está em sua raiz, como a terra fértil onde eles crescem e se multiplicam.
Oxóssi é o raciocínio hábil e Obá é o racional concentrador.
O filho de Oxóssi apresenta arquetipicamente as características atribuídas ao Orixá. Representa o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo. Oxóssi desconhece a agricultura, não muda o solo para ele plantar, apenas recolhe o que pode ser imediatamente consumido, a caça.
No tipo psicológico a ele identificado, o resultado dessa atividade é o conceito de forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa e da aldeia para embrenhar-se na mata, a fim de caçar.
Geralmente Oxóssi é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Tem, portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir. Buscam preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo é marcado por um forte sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do sustento da tribo."
Fontes:
-Os Orixás, Editora Três.
-O código de Umbanda, de Rubens Saraceni.
-http://www.velhosamigos.com.br/datasespeciais
Trecho da Oração dos Orixás – Oxóssi
Oxóssi
Senhor poderoso das matas
seja piedoso
em minha vida
com meu coração.
Seja benevolente
em minha caminhada,
em minha vida,
na minha paixão.
Senhor poderoso das matas
seja piedoso
em minha vida
com meu coração.
Seja benevolente
em minha caminhada,
em minha vida,
na minha paixão.
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