domingo, 23 de outubro de 2011

Reflexões sobre a maturidade

Maturidade I

Após os 30 anos a maioria das pessoas geralmente já está com a vida direcionada, sentimental e profissionalmente, e já não mais se arrisca a grandes aventuras. Muitos sonhos e esperanças foram abandonados, uns por tentativas e fracassos, outros por desistência de tentar, outros ainda por terem sido vivenciados um tempo e depois vistos que não eram aquilo que se pensava e se queria. Até os 30 vale sonhar que tudo é possível, que com a força e a ousadia da juventude tudo podemos. A partir daí, com base nas experiências vividas, já é preciso uma reavaliação sincera e honesta, das perdas e ganhos, do que foi ilusório e do que foi e continua real; da necessidade de aprimorar e ampliar os conhecimentos visando melhorar a capacidade de trabalho e do cumprimento das responsabilidades que surgiram ao longo do caminho. Esta avaliação da vida traz maturidade e permite o aperfeiçoamento do discernimento na busca do melhor.

Maturidade II

Um momento importante na caminhada na vida acontece quando despertamos para o aprimoramento da verdadeira expressão do nosso pensamento e da nossa palavra, bem como dos nossos sentimentos e atitudes, fortalecendo a coragem, a sensibilidade e a percepção para dizer não quando o coração diz não, e sim quando o coração diz sim; poder dizer a nossa verdade sem medo ou culpa, com respeito e consideração, mas dizer, não mais com aquele jeito infantil e servil de querer agradar a todos, de ser bonitinho(a), obedientezinho(a), bonzinho/boazinha, eternamente com medo de perder o amor das pessoas. Isso, quando conseguido, expressa o nosso grau de maturidade. As pessoas geralmente não respeitam quem só diz sim, as maria-vai-com-as-outras, nem quem só diz não, os ditadores e egocêntricos. Ouse ser você mesmo. Valorize equilibradamente a opinião que as pessoas têm a seu respeito, mas não seja escravo delas, mire-se também no que a sua consciência já lhe diz.

Maturidade III

Ouvi ou li, não lembro onde: “Há pessoas que envelhecem e não amadurecem. Cuidado para que, em sua vida, você não passe do estágio verde para o podre, como algumas frutas, sem amadurecer.” Achei forte. Fiquei pensativo!!?!? Barbas de molho.

Maturidade IV

Não conheço um ser humano plenamente maduro, equilibrado em todos os aspectos da vida. Hoje compreendo que a maturidade é um estado que independe da idade, que não vem simplesmente trazida pela natureza, com o passar do tempo, e que para se chegar nela é preciso uma busca consciente, através do autoconhecimento, do reconhecimento das fragilidades e imaturidades, de constante prática de transformação interior, assumindo cada vez mais responsabilidades consigo e com o próximo. Por este prisma vejo jovens mais maduros que muitos adultos e idosos. Quantas vezes me pego em rebeldias adolescentes fora-de-época. Ou mesmo comportando-me como abandonada criança que suplica, nem sempre silenciosamente, a atenção e o afeto de amigos que se distanciaram.

Maturidade V

Um dos aspectos que faz os seres humanos semelhantes, sejam acreanos, russos, moçambicanos ou tailandeses, é que todos têm problemas. O que nos diferencia é a forma como lidamos com eles, e isto depende essencialmente do grau de maturidade psicológica e emocional de cada um.
Um grande perigo é não ter a devida atenção e acreditar que graves problemas sejam insignificantes, e não agir no tempo, na forma e na intensidade adequadas. Ou o oposto, pegar pequenos problemas e superdimensionar, exagerar emocionalmente, criar um drama e sofrer desnecessariamente. A maturidade dá o discernimento exato para diferenciar um do outro, auxiliando a consciência na tomada de decisão e nas medidas resolutivas, como também na prevenção de novos problemas.

Gilvan Almeida

sábado, 15 de outubro de 2011

Filosofia e Medicina sem Humanidade

“Alexander Mitscherlich forjou a expressão "medicina sem humanidade" para denunciar a ausência da dimensão pessoal do homem doente no âmbito da medicina moderna, cujo triunfo assenta exclusivamente na aplicação dos métodos das ciências naturais e, ultimamente, dos métodos tecnológicos: «O médico deixa de adotar a figura do curandeiro, rodeado do mistério dos seus poderes mágicos, para passar a ser um homem de ciência» (Hans-Georg Gadamer).(...)”
http://cyberbiologiaecybermedicina.blogspot.
com/2008/05/filosofia-e-medicina-sem-humanidade.html

Parece estranho e, ao mesmo tempo é revelador, que vejamos a divulgação e a implantação de treinamentos e ações de humanização do atendimento em saúde. Estranho porque a medicina é uma atividade humana destinada a seres humanos. Por que então humanizar? Revelador porque se está sendo preciso humanizar, significa que em algum período da história a prática médica desumanizou-se. Qual foi esse período? Como e por que aconteceu?.
Desde o início da Faculdade de Medicina voltei-me para a Medicina Social (“medicina de pobre” como uma tia muito querida, jocosamente, dizia, e me chamava médico-pé-de-chinelo). Interessei-me por Saúde Pública e Epidemiologia, áreas de muito pouco interesse dos demais colegas – dos 80 que iniciaram a graduação talvez uns 10 voltaram-se para a Medicina Social. Não tivemos uma disciplina voltada para o estudo da Filosofia Médica, o que hoje considero um absurdo, já que estavam sendo formados profissionais que iriam lidar com algo tão delicado e de tanta responsabilidade quanto a vida humana, sem lhes instrumentalizar com fortes bases éticas, legais, morais, políticas, socioeconômicas e espirituais. O que eu sabia disso aos 22 anos? Hoje entendo melhor a crise existencial que enfrentei no 6º ano da faculdade. Pensei até em desistir de ser médico.
Por iniciativa pessoal, e com o auxílio de alguns colegas, construí uma base de compreensão social, política e econômica, situando-me razoavelmente na conjuntura nacional (em plena ditadura militar) e global, o que fortaleceu minha opção de área de atuação. Conseguia compreender que um povo doente (como também analfabeto) é mais facilmente dominado. E quanto mais compreendia, mais me revoltava com as injustiças sociais.
Na Residência em Medicina Preventiva e Social fortaleci minha visão política e social da profissão, mas a real abordagem filosófica da medicina só encontrei na Especialização em Homeopatia. Em ambas encontrei as respostas que hoje me fazem entender porque a medicina desumanizou-se, e a que interesses ela realmente está servindo.
Conheci o autor Ivan Illich na residência em Medicina Preventiva e Social. Foi “amor médico-ideológico” à primeira vista, de minha parte. Identifiquei-me com sua visão política e social da medicina, especialmente quando expõe a verdadeira face da medicina ocidental e capitalista, que transformou a saúde em objeto de comércio e lucro, bem como quando explica em que pontos a medicina é usada pela classe dominante nas relações de poder, na manutenção da dominação e da exploração dos povos.
É dele esta frase que dá início a este post, onde coloco alguns conceitos filosóficos dele e de outros teóricos, que considero importantes para o norteamento de minha prática médica atual:
“A medicina roubou do ser humano a própria capacidade de olhar-se, de cuidar-se, expropriou-lhe a saúde.”
Gilvan Almeida

-Quando Medicina e filosofia convergem, podem fazer progredir a busca do homem em direção a uma imagem unificada dele mesmo e do mundo; quando divergem, essa imagem fica fragmentada, confusa e mesmo absurda.
Pellegrino & Thomasma (A Philosophical Basis of Medical Practice)

-Medicina, então, é todas as três - ciência, arte e virtude sinérgica, integralmente unidas nas atividades diárias do médico. Desarticular um dos membros dessa tríade dos outros é desmembrar a Medicina - cuja característica essencial é a relação especial que une ao outro. Quando isso acontece, aí pode existir um cientista, um artista ou um prático, mas não um médico.
Edmund Pellegrino (The Anatomy of Clinical Judgments)

-A filosofia da Medicina que procuramos é uma filosofia de uma atividade humana identificável, não uma miscelânea das ciências e artes empregadas pela Medicina. Nós afirmamos que a Medicina não é redutível à biologia, à física, à química, ou à psicologia; nem é apenas o que os médicos fazem ou esperam; nem é simplesmente uma ciência rigorosa ou apenas uma arte de fazer o bem em eventos clínicos. Ao invés, mostramos que Medicina é uma forma única de relacionamento.
Pellegrino & Thomasma (A Philosophical Basis of Medical Practice)

-Uma filosofia da Medicina é necessária: para organizar seus crescentes sucessos; para formar um princípio que integre suas divididas especialidades; para oferecer uma explicação racional e científica de seus métodos; e para descobrir a relação entre os sistemas médicos do Oriente e do Ocidente, de modo que cada um possa funcionar em uma comunidade mundial em expansão.
Pellegrino & Thomasma (A Philosophical Basis of Medical Practice)

-O sucesso da Medicina criou uma tensão: o doutor conhece o seu papel de curador das doenças e "esquece" o seu papel como "cuidador" dos pacientes.
Eric Cassell (The Healer's Art)

-A Medicina sofre de uma abundância de meios e de uma pobreza de finalidades.
Pellegrino & Thomasma (A Philosophical Basis of Medical Practice)

-A ciência não é um valor absoluto a que todos os outros estejam subordinados; ela tropeça quando vai de encontro às normas que consagram e protegem a dignidade humana.
Genival Velloso de França (Flagrantes Médico-Legais)

-No entanto, por um processo curioso e paradoxal, é neste instante de maior progresso e de resultados fantásticos, que a Medicina se apresenta em estado de sobressalto, pois sua ética não acompanhou o mesmo ritmo de suas incontestáveis conquistas.
Genival Velloso de França (Flagrantes Médico-Legais)

-Já sabia que a verdade de hoje pode ser o erro de amanhã... Que toda a Arte Médica estando em constante reformulação e reforma, tudo que é atual e moderno é duvidoso e esconde uma mentira ou um engano que os tempos vão tornar aparentes.
Pedro Nava (1903-1984) (Galo das Trevas)

-A medicalização da sociedade pôs fim à era da morte natural. O homem ocidental perdeu o direito de presidir o ato de morrer.
Ivan Illich (A Expropriação da Saúde)

-Atualmente a dor foi transformada em um problema de economia política.
Ivan Illich (A Expropriação da Saúde)

-Ao colonizar uma cultura tradicional, a civilização moderna transforma a experiência da dor. Retira do sofrimento seu significado íntimo e pessoal e transforma a dor em problema técnico.
Ivan Illich (A Expropriação da Saúde)

-É o ritual médico e seu mito correspondente que transformam a dor, a enfermidade e a morte, experiências essenciais a que cada um deve se acomodar, em uma seqüência de obstáculos que ameaçam o bem-estar e que obrigam cada um a recorrer sem cessar a consumos cuja produção é monopolizada pela instituição médica.
Ivan Illich (A Expropriação da Saúde)

-A Medicina não tem somente funções técnicas: ela constitui-se, entre outros, num sinal de status. Um dos principais objetivos das despesas médicas é produzir satisfações simbólicas que as pessoas apreciam pelo seu preço.
Ivan Illich (A Expropriação da Saúde)

-A política da saúde, como é quase sempre entendida, coloca sistematicamente a melhoria dos cuidados médicos antes dos fatores que permitiriam exercitar e melhorar a capacidade individual de cada um em assumi-la.
Ivan Illich (A Expropriação da Saúde)

-É o volume global dos transportes que entrava a circulação; é o volume global do ensino que impede as crianças de expandirem a sua curiosidade, sua coragem intelectual e sua sensibilidade; é o volume sufocante das informações que ocasiona a confusão e a superficialidade, e é o volume global da medicalização que reduz o nível de saúde.
Ivan Illich (A Expropriação da Saúde)

-O subjetivo não é menos real ou menos importante em Medicina, mas simplesmente um diferente tipo de realidade.
Eric Cassell (The Healer's Art)

-Uma cultura foi dominante sobre todas as outras - a cultura da Medicina científica... A maneira científica de pensar retirou dos doutores em treinamento, a maneira humanística de pensar a respeito de seus pacientes.
Eric Cassell (The Healer's Art)

-Mas, cada vez mais, as respostas são para as patologias, e a patologia não é senão uma parte da doença.
Eric Cassell (The Healer's Art)

-A saúde geral da população não é diretamente dependente dos serviços médicos.
Eric Cassell (The Healer's Art)

-Na medida em que o especialista estreita os limites de seu campo ele, de algum modo, torna-se menos um médico e mais um técnico.
Edmund Pellegrino (The Healing Relationship)

-Estar em boa saúde é poder cair doente, e se recuperar é um luxo biológico.
Georges Canguilhem (O Normal e o Patológico)

-Mais do que a opinião dos médicos, é a apreciação dos pacientes e das idéias dominantes no meio social que determina o que se chama de "doença".
Georges Canguilhem (O Normal e o Patológico)

FONTE: http://www.luizrobertolondres.com.br/ecos/citacoes.asp?tema=12

sábado, 8 de outubro de 2011

Se não for dirigir, beba!

A maioria dos seres humanos nasce dotada de livre-arbítrio, com plenos poderes de se auto-gerenciar em pensamentos, sentimentos e atitudes, mas o processo de adquirir a tão sonhada e, para muitos (incluindo o autor deste texto), utópica liberdade, passa pelo amadurecimento da consciência.
Conscientizar-se é uma atitude que conduz à libertação das amarras da subserviência, de todos os tipos de escravidão, da ignorância e dos medos, e isso nem sempre é de interesse da classe político-empresarial dominante.
Com esta forma de pensar uno-me ao grito libertário de Raul Seixas, na música Sociedade Alternativa, quando ele diz “...faz o que tu queres pois é tudo da lei...”, mas acrescento: “podes fazer contigo o que quiseres, até o limite em que o que tu fazes prejudique a um outro ser humano”.
Infelizmente a humanidade ainda precisa de leis para reger sua convivência social, muitas delas hipócritas, destinadas a não serem cumpridas por quem as faz e seus aliados; outras feitas sob encomenda para legitimar a manutenção da opressão e da dominação econômica e política.
Sabemos dos malefícios do tabaco e do álcool, duas drogas lícitas, dos altos índices de doenças e mortes, e dos prejuízos sociais, que ambos ocasionam. Apesar da regulamentação da propaganda e do uso do tabaco, uma vitória para a saúde pública, quase nada foi feito, até agora, com relação às bebidas alcoólicas.
Compartilho este excelente artigo do Dr. Dioclécio Campos Júnior, em que ele toca e expõe esta ferida social.
Gilvan Almeida

Se não for dirigir, beba!
Dioclécio Campos Júnior
Médico, pesquisador associado da UnB, secretário de Estado da Criança do DF, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria
dicampos@terra.com.br
Brasília, 10/08/2011
A propaganda é a alma do negócio. Sem ela, a timidez dos resultados econômicos desencoraja o empresário. O consumo não avança. As vendas de produtos ficam aquém das metas. O sonho de riqueza não se realiza. A economia perde temperatura. A umidade relativa da moeda diminui. A seca pecuniária desidrata o empreendedor. O mercado torna-se hipotônico. O desemprego ronda o espetáculo. A informalidade rouba a cena dos investidores formais. O dinheiro sai de circulação. Banqueiros perdem o sono. Governos experimentam pesadelo. O povo ‒ massa de manobra de fácil sedução ‒ deixa de consumir por falta de estímulo indutor. Indicadores financeiros perdem robustez. Bolsas de valores encolhem. Bolsos murcham. Sem propaganda, o modelo de sociedade atual não se sustenta. Passa a carecer do equipamento cientificamente concebido para ativar, a qualquer preço, a estratégia que faz confundir consumismo com felicidade. Que ilude para vender. Que engana para deslumbrar. Limites éticos inexistem. Bem-estar da população não conta. Adoecimentos não preocupam, mesmo porque geram emprego, abrem caminho para fortalecer a indústria farmacêutica e outras que tais.

Grande parte dos sérios problemas que põem em risco a vida dos cidadãos é efeito adverso de mensagens midiáticas tão mistificadoras quanto inconseqüentes. Visam transformar pessoas em autômatos programados para consumir determinado produto. A eficácia do processo é quase perfeita porque fundada em sólida metodologia científica de comunicação. A tal ponto que as empresas trabalham com estimativas seguras de aumento das vendas como sólido retorno da publicidade promovida. A falta de controle social sobre o conteúdo de peças publicitárias assim veiculadas expõe a cidadania à vulnerabilidade emocional geradora de hábitos incompatíveis com uma sociedade civilizada.

As consequências da propaganda podem ser perversas, se não trágicas para o indivíduo. O alcoolismo é uma das piores. Tornou-se a terceira causa de mortalidade no mundo de hoje. Só fica abaixo do câncer e das moléstias cardiovasculares, conforme assinalam pesquisas da Organização Mundial da Saúde. Segundo dados recentes, cerca de dois milhões e oitocentas mil pessoas morrem anualmente vítimas das doenças produzidas pelo consumo de bebidas alcoólicas. Sem falar das mortes ocorridas em acidentes de trânsito provocados por usuários dessa droga. Cirrose hepática, gastrite, hepatite alcoólica, neurite são exemplos da morbidade associada à bebedeira. Também as enfermidades infecciosas grassam devastadoras entre alcoólatras em virtude da redução da imunidade causada por tão antiga forma de intoxicação crônica. A sanidade mental termina inexoravelmente afetada pela impregnação alcoólica da estrutura cerebral. Afora a derrocada da saúde do bêbado, o eq uilíbrio do núcleo familiar a que pertence é devastado pela ruína comportamental invasiva e demolidora. Os estragos sociais decorrentes do alcoolismo são conhecidos de há muito. Os custos financeiros para o Estado, enormes. Contudo, o lucro das empresas é mirabolante. Logo, o saldo econômico é entendido como positivo no pensamento capitalista, o que justifica a tragédia planejada.

A sociedade prefere combater as mazelas derivadas do consumo de álcool a evitar a propagação dos estímulos que o desencadeiam. Por ingenuidade ou hipocrisia, fecha os olhos ao evidente papel que o alcoolismo desempenha como porta de entrada para o universo de outras drogas ainda mais arrasadoras ‒ maconha, cocaína e crack, entre outras. As imagens contundentes das famosas “crackolândias”, continuamente mostradas pelos meios de comunicação, ocultam as “alcoolândias”, muito mais numerosas, onde os jovens são iniciados na carreira de usuários das drogas do momento. Combate ao crack, à maconha e à cocaína é algo que a sociedade somente tem feito para não dizer que não falou de flores. A porta de entrada que dá acesso atraente a esse dantesco inferno é mantida escancarada por omissão indesculpável de dirigentes e legisladores do país.

A propaganda de bebidas alcoólicas é ação nefasta. Só faz crescer a população de dependentes químicos. Precisa ter fim. Não basta inserir-lhe frases de alerta para atenuar o impacto persuasivo de imagens e sons enganosos, cuidadosamente montados para fascinar o público pela embriaguez. São ineficazes. Reforçam o objetivo da propaganda. O alcance da frase “Se for dirigir, não beba” é pífio. Cala bem mais fundo a recíproca que, subliminarmente, dela se desdobra: “Se não for dirigir, beba!”.
Fonte: Homepage da Sociedade Brasileira de Pediatria