sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Criança diz cada coisa ...

Sou do tempo em que havia o concurso anual do bebê Johnson, onde, além de ser bonito/a o bebê precisava ser gorduchinho(a), pois este era o padrão vigente de saúde. Criança saudável tinha que ser gorda. Nunca vi um bebê Johnson magro.
Naquela época o médico Pedro Bloch tinha uma página na revista Manchete com o título Criança diz cada coisa…, onde contava histórias engraçadas e inusitadas acontecidas com crianças que passavam pelo seu consultório. Vejam algumas delas.

Gilvan Almeida

1) Uma menina estava conversando com a sua professora. A professora disse que é fisicamente impossível que uma baleia engula um ser humano porque apesar de ser um mamífero muito grande, a sua garganta é muito pequena... A menina afirmou que Jonas foi engolido por uma baleia.Irritada, a professora repetiu que uma baleia não poderia engolir nenhum ser humano; era fisicamente impossível. A menina, então disse: -Quando eu morrer e for ao céu, vou perguntar a Jonas. A professora lhe perguntou: -E o que vai acontecer se Jonas tiver ido ao inferno?A menina respondeu: -Aí a senhora pergunta.

2) Uma professora de creche observava as crianças de sua turma desenhando. Ocasionalmente passeava pela sala para ver os trabalhos de cada criança.Quando chegou perto de uma menina que trabalhava intensamente, perguntou o que desenhava.A menina respondeu: -Estou desenhando Deus.A professora parou e disse: -Mas ninguém sabe como é Deus.Sem piscar e sem levantar os olhos de seu desenho, a menina respondeu: -Saberão dentro de um minuto.

3) Uma honesta menina de sete anos admitiu calmamente a seus pais que Luis Miguel havia lhe dado um beijo depois da aula. -E como aconteceu isso? - perguntou a mãe assustada. -Não foi fácil - admitiu a pequena senhorita - mas três meninas me ajudaram a segurá-lo.

4) Um dia, uma menina estava sentada observando sua mãe lavar os pratos na cozinha.De repente, percebeu que sua mãe tinha vários cabelos brancos que sobressaíam entre a sua cabeleira escura. Olhou para sua mãe e lhe perguntou: -Porque você tem tantos cabelos brancos, mamãe? A mãe respondeu: -Bom, cada vez que você faz algo de ruim e me faz chorar ou me faz triste, um de meus cabelos fica branco. A menina digeriu esta revelação por alguns instantes e logo disse: -Mãe, porque TODOS os cabelos de minha avó estão brancos?

5) Um menino de três anos foi com seu pai ver uma ninhada de gatinhos que haviam acabado de nascer. De volta a casa, contou, com excitação, para sua mãe que havia gatinhos e gatinhas.
-Como você soube disso? - perguntou a mãe. -Papai os levantou e olhou por baixo - respondeu o menino -acho que ali estava a etiqueta.

6) Todas as crianças haviam saído na fotografia e a professora estava tentando persuadi-las a comprar uma cópia da foto do grupo. -Imaginem que bonito será quando vocês forem grandes e todos disserem: 'ali está Catarina, é advogada', ou também 'este é o Miguel. Agora é médico'. Ouviu-se uma vozinha vinda do fundo da sala: -E ali está a professora. Já morreu.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O médico, seu paciente e a doença.

Este é um dos melhores livros da área médica que já li. Indico aos estudantes de medicina, no primeiro e no sexto ano, e também para os médicos que estão precisando e querendo aprimorar a relação médico-paciente. Estou relendo e destacando os pontos mais significativos. Posteriormente colocarei aqui no blog. Olhem o que encontrei na página 207. Ah! Se todos já compreendessem isto... A cura seria bem mais fácil.

Gilvan Almeida

Livro: O médico, seu paciente e a doença
Autor: Michael Balint

Pág. 207: “...toda doença é também o “veículo” de um pedido de amor e de atenção...”

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O comércio da fé

Nas décadas mais recentes, criar uma igreja transformou-se em ótimo meio de vida em nosso país. Temos alguns exemplos de “espertinho(a)s” que entraram no “negócio” e são hoje milionário(a)s, às custas da ingenuidade dos fiéis, que, em sua boa-fé vivem explorados, dando, em dízimos, o que lhes fará falta no sustento da família, aumentando ainda mais as fortunas do(a)s falso(a)s profetas. Nestas igrejas “vende-se” de tudo, desde produtos milagrosos até a felicidade, a saúde e a salvação, como se fossem franquias exclusivas de Deus.
Observemos com mais atenção ao nosso redor, que veremos a sutil diferença entre quem vive PARA a igreja (aqueles que seguem uma doutrina, que procuram colocar Deus em seu cotidiano, transformando sua vida para o bem e o amor ao próximo, etc.) e quem vive DA igreja (pessoas que há pouco tinham uma vida regrada de bens materiais e de consumo, e hoje ostentam seus padrões de novos ricos, com mansões, carros do ano, cargos políticos, em uma afronta ao bom senso do trabalhador brasileiro). Só seus fiéis não enxergam isto.
O articulista do jornal A Folha de São Paulo Hélio Schwartsman mostra, no texto abaixo, as facilidades para dar início ao negócio e as benesses que o Estado oferece, em nome da liberdade religiosa.

Gilvan Almeida

Criar igreja e se livrar de imposto custa R$ 418
Da Folha on-line

Reportagem de Hélio Schwartsman, da equipe de articulistas da Folha, mostra que bastam cinco dias úteis e R$ 418,42 para criar uma igreja no Brasil com CNPJ, conta bancária e direito de realizar aplicações financeiras livres de IR (Imposto de Renda) e de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A reportagem, publicada em 29.11.2009, na Folha, informa ainda que não existem requisitos teológicos ou doutrinários para a constituição de uma igreja nem se exige um número mínimo de fiéis --basta o registro de sua assembléia de fundação e estatuto social num cartório.
Além de IR e IOF, igrejas estão dispensadas de IPTU (imóveis urbanos), ITR (imóveis rurais), IPVA (veículos) e ISS (serviços), entre outros impostos. Se a Lei Geral das Religiões, já aprovada pela Câmara e aguardando votação no Senado, se materializar, mais vantagens serão incorporadas.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Dinheiro e política: a promiscuidade legalizada

Nos Estados Unidos da América a Suprema Corte apenas legalizou o que já existe há muito tempo: o poder real está nas mãos das grandes corporações capitalistas. Antes, elas já compravam o que queriam. Agora comprarão com o aval do órgão máximo da justiça estadunidense. Obama e os partidos políticos são apenas marionetes delas. Não é difícil prever que em breve os outros países farão o mesmo. Fiquemos de olho para ver qual o glorioso político brasileiro que apresentará a proposta.

Gilvan Almeida

EUA: o melhor Congresso que o dinheiro pode comprar



Leia o artigo completo na Agência Carta Maior:


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sibutramina: a ilusão de mais uma pílula mágica.

O mundo está cheio de pessoas que querem vitória sem luta e sem esforço. Aliás, temos até o “jeitinho brasileiro”, onde tudo é válido para se alcançar os objetivos, com práticas repaginadas e atualizadas de uma máxima maquiavélica que diz “...os fins justificam os meios...”. Encontro cotidianamente alguns buscadores de pílulas mágicas, seres que não querem sacrifícios, disciplina, querem cura rápida e milagrosa, sem transformação de hábitos, pensamentos, sentimentos, sem buscar na essência de sua própria vida a raiz dos seus problemas de saúde.
Sabedora disto, a indústria farmacêutica capitalista coloca no mercado, de tempos em tempos, medicamentos que atendem a este público e prometem a ilusão da cura total e de uma vida sem dores. Tempos depois, após bilionários lucros, aparecem as bombas dos efeitos colaterais e das graves doenças geradas pelo uso destas drogas pouco estudadas e precipitadamente lançadas no mercado, e que muitas vezes, mesmo proibidas em diversos países, continuam sendo vendidas no mercado brasileiro.
Uma das “drogas da moda” é a Sibutramina, que, à base de muita propaganda, especialmente voltada para a classe médica, tornou-se “o remédio para emagrecimento mais popular do mundo.” Recentemente estudos científicos sobre a substância mostraram que os malefícios superam os benefícios, o que embasou a corajosa atitude da União Européia de proibir a venda em todos os países membros daquela comunidade. Frente a isto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) posicionou-se, trazendo um alerta aos profissionais, conforme diz o artigo abaixo.
Evidencia-se assim, mais uma vez, que os laboratórios farmacêuticos, apoiados pelas agências reguladoras do uso de medicamentos nos países ocidentais, especialmente Estados Unidos da América, lançam drogas sem os devidos estudos dos efeitos a médio e longo prazo, expondo a humanidade a graves riscos na saúde, como já aconteceu com diversas substâncias. O principal exemplo desta atitude criminosa, aconteceu com as grávidas que tomaram a talidomida e tiveram filhos deformados, conforme a foto ao lado. A droga era utilizada para combater os enjôos matinais na gravidez. No site da Associação Brasileira dos Portadores da Síndrome da Talidomida, verificamos que em “...1960: descobertos os efeitos teratogênicos provocados pela droga quando consumida por gestantes: durante os 3 primeiros meses de gestação interfere na formação do feto, provocando a Focomelia
(aproximação/encurtamento dos membros junto ao tronco, tornando-os semelhantes aos de focas). 1961: a droga é retirada de circulação em todos os países, à exceção do Brasil. Têm início processos indenizatórios em diversos países.” 1965: a droga é retirada de circulação (no Brasil), com pelo menos 4 anos de atraso.
Para conhecer um pouco mais do poder e da falta de ética da indústria farmacêutica, veja o filme “O jardineiro fiel”, do diretor brasileiro Fernando Meirelles.

Gilvan Almeida


O risco de desenvolver enfermidades cardiovasculares, como infarto do miocárdio, derrame e parada cardíaca aumentaram em 16% nos pacientes que utilizaram sibutramina, quando comparados àqueles tratados com placebo, de acordo com o estudo Sibutramine Cardiovascular Outcomes (Scout). Com os dados dessa pesquisa, o Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos (Emea) considerou que medidas adicionais de restrição ao uso do medicamento não seriam suficientes para controlar o risco e recomendou a suspensão da autorização de comercialização para o medicamento em toda a União Européia. Já nos Estados Unidos, não houve a proibição, mas o Food and Drug Administration (FDA) solicitou a inclusão de novas contraindicações na bula do produto informando que a sibutramina não deve ser prescrita a pacientes com histórico de doença cardiovascular. Com isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta aos profissionais de saúde sobre o uso da substância no Brasil. A entidade recomenda a contraindicação da sibutramina para pacientes com perfil semelhante aos incluídos no estudo Scout, ou seja, que apresentem obesidade associada à existência ou antecedentes de doenças cardio e cerebrovasculares. Também não indica que seja utilizado por portadores de Diabetes Mellitus tipo 2, com sobrepeso ou obesidade e associado a mais um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No Brasil, embora a bula do medicamento já mencione como possíveis eventos adversos a elevação da pressão arterial e arritmias cardíacas, a única contraindicação é para pessoas com histórico de anorexia. Para Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), a sibutramina é a droga mais segura do mercado - já que as anfetaminas foram praticamente banidas -, desde que bem indicada. “Os resultados do novo estudo não invalidam a sua utilização. As pessoas que participaram do Scout já tinham fatores de risco cardiovascular e, normalmente, não deveriam receber o medicamento. O estudo foi feito para ver se esses pacientes poderiam ser beneficiados. Infelizmente, esses resultados preliminares mostram que isso não ocorreu”, diz. A Anvisa, por meio da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme) fará nova avaliação do estudo para investigar os níveis de segurança do medicamento em pacientes com perfis distintos dos já estudados. A partir daí, analisará a possibilidade de adotar outras medidas restritivas ao uso do medicamento.


Fonte: Anvisa e Agência Estado