sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cada um ser como é.

"Eu permito a todos ser como quiserem e a mim como devo ser."
Chico Xavier

Por frases como esta é que Chico Xavier tem um lugar reservado em meu coração. Gosto muito de pessoas que pensam semelhante e procuro me espelhar nelas, buscando aceitar a todos do jeito que são. Sei que é uma luta, pois é tentador criticar, julgar, difamar, condenar, tripudiar em cima da vida alheia. Reconheço a prática da plena aceitação do próximo, que, além de Chico, outros grandes Mestres também praticaram, como passo fundamental para o acolhimento verdadeiro que todo ser humano precisa. O verdadeiro colo do coração. Procuro me colocar no lugar: sinto-me tão bem quando sou aceito, do jeito que sou. Conheço tanta gente infeliz porque não vive o que o seu coração diz, e passa toda uma vida sendo fantoche ou marionete de alguém.
Doeu receber estas palavras de uma amiga: “(...) Tenho tanto medo de ser eu, que finjo ser outra (...)” Pensei tanta coisa, especialmente por conhecer a história dela e vê-la aprisionada, não podendo ser ela mesma, porque alguém não permite. E ela, por motivos que não tenho o direito de julgar, aceita a escravidão e renuncia a liberdade. Assim, há anos, sacrifica-se em vida, como um pássaro com a asa quebrada, presa em gaiola invisível, submetendo-se, humilhando-se, e feito uma condenada sem crime, oferecendo o pescoço diariamente ao algoz.
Às vezes, parece que ouço o pensamento dela, a vagar de dúvida em dúvida, de tristeza em tristeza, questionando-se o que poderia ter sido:
-se tivesse feito o que queria,
-se tivesse vivido como seu coração dizia,
-se tivesse permitido a si mesma, viver a vida que sempre sonhou.
Também consigo perceber seus doces sentimentos de menina frágil, escondidos por trás de máscaras de dureza, que criou como mecanismo de sobrevivência emocional, e aprendeu a vestir diariamente.
E assim o tempo passa, e todo um potencial de vida sendo desperdiçado.
Frente a isso, não consigo deixar de me olhar e examinar até onde eu represento papéis que alguns me exigem, alimentando o processo que faz a humanidade ser “escrava de convenções”, e o quanto que já consigo ser eu mesmo, independente no meu íntimo.


Gilvan Almeida

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Feliz 2012 !!!

Esta imagem me disse muito. Quem é que ainda não se sentiu assim na vida?
Que 2012 traga a todos nós mais:
-Saúde,
-Alegrias,
-Amigos verdadeiros;
-Discernimento para identificar os sonhos possíveis;
-Força para continuar a luta de servir e ser feliz.


abraços


Gilvan Almeida

sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal

FELIZ NATAL !!!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mulheres fora-de-época: Anaís Nin

Vocês conhecem a escritora Anaís Nin? Mais uma mulher pouco adaptada à sua época, tipo Frida Kahlo, Gertrude Stein, Lou Andreas-Salomé, Florbela Espanca e outras, que viveram incompreendidas e discriminadas por muitos dos seus contemporâneos, por terem se negado a usar a roupagem convencional vigente, especialmente, por dizerem e viverem verdades que desmascaravam a hipocrisia social. E o que mais feria é que elas eram competentes nas artes que praticavam. Vejam, a seguir, algumas palavras escritas por ela.
Tem um filme muito bom sobre o período em que Anaís foi amante do escritor Henry Miller: Henry & June, baseado no diário dela.


Gilvan Almeida

-“Chorei porque não era mais uma criança com a fé cega de criança.
   Chorei porque não podia mais acreditar e adoro acreditar.
   Chorei porque daqui em diante chorarei menos.
   Chorei porque perdi a minha dor e ainda não estou acostumada com a ausência dela.”
-"O amor nunca morre de morte natural. Ele morre porque nós não sabemos como renovar a sua fonte.  Morre de cegueira e dos erros e das traições. Morre de doença e das feridas; morre de exaustão, das devastações, da falta de brilho."
-"A única anomalia é a incapacidade de amar."
-"Pessoas vivendo intensamente não têm medo da morte."
-“Eu escolho
   um homem
   que não duvide
   de minha coragem,
   que não
   me acredite
   inocente,
   que tenha
   a coragem
   de me tratar como
   uma mulher.”
-"E chegou o dia em que o risco de permanecer apertada no botão era mais doloroso que o risco necessário para florir."
-"O ímpeto de crescer e viver intensamente foi tão forte em mim que não consegui resistir a ele. Enfrentei   meus sentimentos.
A vida não é racional; é louca e cheia de mágoa. Mas não quero viver comigo mesma. Quero paixão, prazer, barulho, bebedeira, e todo o mal.
Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar em corpos, beber um Benedictine ardente.
Quero conhecer pessoas perversas, ser íntimas delas. Quero morder a vida, e ser despedaçada por ela. Eu estava esperando. Esta é a hora da expansão, do viver verdadeiro. Todo o resto foi uma preparação.
A verdade é que sou inconstante, com estímulos sensuais em muitas direções.
Fiquei docemente adormecida por alguns séculos, e entrei em erupção sem avisar."
-“A origem da mentira está na imagem idealizada que temos de nós próprios e que desejamos impor aos outros.”
-"A vida se encolhe ou se expande proporcionalmente à coragem de cada um."

Anaïs Nin (21 de fevereiro de 1903, Neuilly, perto de Paris - 14 de janeiro de 1977, Los Angeles) batizada Angela Anaïs Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell, foi uma autora nascida na França, filha do compositor Joaquin Nin, cubano criado na Espanha e Rosa Culmell y Vigaraud,de origens cubana, francesa e dinamarquesa. Anaïs Nin tornou-se famosa pela publicação de diários pessoais, que medem um período de quarenta anos, começando quando tinha doze anos. (...)
Seus romances e narrativas, impregnados de conteúdo erótico foram profundamente influenciados pela obra de James Joyce e a psicanálise. Dentre suas obras destaca-se Delta de Vênus (1977), traduzido para todas as línguas ocidentais, aclamado pela crítica americana e européia.


Obras:
• A Casa do Incesto
• Delta de Vênus
• Em busca de um homem sensível
• Henry & June
• Incesto
• Passarinhos
• Pequenos Pássaros
• Uma espiã na casa do amor

Fonte da breve biografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ana%C3%AFs_Nin

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Atitude contra abuso da Vivo

Frente ao que considero um abuso das operadoras de telefonia, tomei uma atitude em defesa de meu bem-estar e manutenção da minha privacidade. Eu já não estava agüentando mais as telefonistas da operadora Vivo ligando diversas vezes ao dia, interferindo em meu trabalho, lazer e até em meu repouso. Sou associado ao PROTESTE, uma associação independente de defesa do consumidor (www.proteste.org.br). Procurei o Departamento jurídico do órgão, que me orientou a entrar no site da Vivo, e encaminhar um e-mail, informando que não desejava receber ligações da empresa, dando um prazo de 5 dias para que não mais me ligassem. Passados os 5 dias, se continuassem ligando, que eu fizesse cópia do e-mail, juntasse a documentos pessoais e procurasse o Juizado de Pequenas Causas e entrasse com ação de Danos Morais contra a empresa.
Fiz isso dia 09 de dezembro. Não sei se estou cantando vitória antes do tempo.... não ligaram mais.
Então, se você está tendo sua vida invadida pelas operadoras de telefonia e está incomodado(a), tome uma atitude.

Gilvan Almeida

E-mail à operadora VIVO:

Sr(a) responsável pelo telemarketing/diretoria da Vivo:

Comunico-lhes o meu profundo desagrado e incômodo quanto às frequentes e indesejadas ligações que o telemarketing desta empresa (atualmente pelo fone 01174500833) vem fazendo insistentemente para meu celular, atrapalhando minha vida profissional e pessoal, deixando-me irritado.
No resguardo da minha privacidade e do meu bem estar, solicito-lhes que retirem urgentemente o número do meu celular deste serviço. Aguardarei cinco dias, conforme orientação da PROTESTE, órgão de defesa do consumidor. Caso não seja atendido, tomarei as medidas jurídicas cabíveis.
atenciosamente

Gilvan Rodrigues de Almeida

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Onde moram as certezas?

"Somos assim. Sonhamos o vôo, mas tememos as alturas. Para
voar, é preciso ter coragem para enfrentar o
terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo
acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a
ausência de certezas. Mas é isto que tememos:
o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por
gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas
moram."
Rubem Alves

Encaminhei este bonito poema de Rubem Alves para alguns amigos e amigas. Interessante a repercussão, que aqui compartilho.
Mexeu no meu paiol.
Pode ser que sirva também pra vocês.
Gilvan Almeida

-“Muito especial. E, como estou num momento tão difícil, me sinto engaiolada, com medo do medo de voar! Valeu!”
-“Excelente! E o pior é guando essa gaiola é dourada...”
-“É verdade, buscamos sempre os parâmetros para nos sentir enquadrados.... a liberdade do vôo nos deixa sem parâmetro, portanto inseguros....”
-“Vixe! Amigo, Isso faz o maior rebuliço cá no meu paiol, também rssss.
Tenho esse trecho (e alguns outros) bem na parede da estante do escritório... é um barato... quando tô muito "aterrada" dou uma olhadela com o rabo do olho.
Quando atendia jovens gostava um tanto de lidar com textos, Esse texto, e o milho de pipoca, do Rubem dava pano pra manga.”
-“MEU AMIGO..RESOLVEU CUTUCAR ONÇA COM VARA CURTA?? KKKK, parece que somos tão parecidos...snif,snif...eu, vc e o resto do mundo.
-“É, isso acontece...! E, quando ousamos um vôo... às vezes as asas quebram,
mas ainda resta a vassoura, no caso de ser mulher! rs.”
-“ Yes. Mexeu na minha sombra, amigo... rsrs
-“Vixi, maninho... o meu paiol tá pegando fogo. E eu quero tanto a liberdade...”
-“...e as chaves pra abrir "as gaiolas"?????”
-“Quem me acorrenta e me atormenta é, essa ausência de certeza...”
-“Lindo o texto, mas, graças a Deus, meu vazio, neste momento, está preenchido! RS”
-“Eu fiz o Processo Hoffman. Então, aquele buraco que eu sentia dentro de mim, o vazio inexplicável que habitava meu interior, desapareceu ... Estou plena! Mudei. Não sei explicar o quê se transformou em mim, mas não sou a mesma de antes ...”
-“Nossa ... como dói ler um vôo desta forma.
Não entendo como vazio .. o que vejo é imensidão ... de possibilidades ... inclusive de não conseguir voar adequadamente e cair!
Sim ... a queda é vazio. É estar preso pelo medo de tentar voar novamente.
Mas o vôo é imensidão .. quem já voou um dia não pode desconsiderar o que é o encontro com o vento ..
Às vezes penso que o vento é a grande paixão da liberdade .. voar é a liberdade para sentir o vento ...o que não é chão ... mas é horizonte ...
sim, posso dizer que sou apaixonada pelo horizonte ... pelo sol que ele me promete luz todo dia. Não tenho chamego com vazio .. gaiolas .. meu coração nasceu para voar .. e meu espírito é vento .. vamos voar!”
-“somos assim mesmo, mas para não ser tão assim .... Imagino que no meu mundinho vivo em gaiolas aladas.”
-“Eu gostei muito de ler isso. Quando viajo só para um lugar desconhecido eu tenho essa sensação. A paixão é novidade mas depois desaparece porque é enfurnada na gaiola da rotina e das certezas. As pessoas tendem a construir gaiolas umas para as outras. E também lembrei de Clarice Lispector quando disse que tinha três pernas e não conseguia se desprender da terceira perna porque esta a fazia um ser reconhecível e encontrável. Mas a impedia de correr livre com as duas pernas...”