segunda-feira, 27 de julho de 2009

Alguns livros e autores que me fizeram a cabeça

Para mim, o que cada um tem na memória e no coração é seu real e intransferível patrimônio, a riqueza que os ladrões não roubam e nem as traças roem, conforme nos ensina a Bíblia. Leio livros desde criança e incentivo todas as pessoas ao meu redor a lerem. Através da leitura já fiz muitas viagens sem sair do lugar, conhecendo outros povos e culturas, filosofias, tragédias e grandes amores, religiões e até outros mundos. Há algum tempo venho elaborando esta lista com os livros mais importantes da minha formação cultural, os que mais acrescentaram na construção da minha filosofia de vida e dos valores que prezo.

Gilvan Almeida


Alguns livros e autores que me fizeram a cabeça:

1. Como passar sua vida a limpo – Marisa Thame;
2. O caminho da autotransformação – Eva Pierrakos;
3. A utopia – Thomas Morus;
4. A mãe – Gorki;
5. O drama da criança bem dotada – Alice Miller;
6. Sexo e repressão na sociedade selvagem - Bronislaw Malinowski;
7. José de Alencar – diversos, especialmente O guarani, Iracema, Cinco minutos, Senhora e O tronco do ipê;
8. José Lins do Rego – diversos, especialmente O menino do engenho e Fogo morto;
9. Gabriel Garcia Márquez – diversos, especialmente Cem anos de solidão, Crônica de uma morte anunciada e Relato de um náufrago;
10. O velho e o mar – Ernest Hemingway;
11. Elogio da loucura – Erasmo de Roterdã;
12. A metamorfose – Kafka;
13. Fernão Capelo Gaivota – Richard Bach;
14. O pequeno príncipe – Saint Exupéry;
15. O manifesto comunista – Marx e Engels;
16. As veias abertas da América Latina – Eduardo Galeano;
17. A história da riqueza do homem – Leo Hubermann;
18. George Orwell - 1984 e A revolução dos bichos;
19. Jardim de inverno - Pablo Neruda;
20. Apologia a Sócrates – Platão;
21. A luz da Ásia – Edwin Arnold;
22. Machado de Assis – diversos, especialmente O alienista e Memórias póstumas de Brás Cubas;
23. Bestiário – Julio Cortazar;
24. Albert Camus – diversos, especialmente A peste e A queda;
25. Victor Hugo – diversos, especialmente Os miseráveis;
26. Guerra e paz – Leon Tolstoi;
27. Crime e castigo – Dostoievski;
28. O evangelho segundo o Espiritismo – Alan Kardec;
29. Admirável mundo novo – Aldous Huxley;
30. Taylor Caldwell - Médico de homens e de almas e O grande amigo de Deus;
31.O médico, seu paciente e a doença – Michael Balint;
32. Samuel Hahnemann – diversos, especialmente O organon da arte de curar e Doenças crônicas;
33. Livros espíritas Kardecistas – especialmente O amor venceu (Zibia Gasparetto), Paulo e Estevão e E a vida continua (Emannuel);
34. Thiago de mello – Os estatutos do homem e Faz escuro mas eu canto;
35. O mártir do Gólgota - Henrique Perez Escrich;
36. Robinson Crusoé - Daniel Defoe;
37. Antônio Callado - Bar Don Juan e Quarup;
38. O beijo da mulher-aranha – Daniel Puig;
39. Alexandre Dumas pai – O conde de Montecristo e Os três mosqueteiros;
40. Maíra - Darcy Ribeiro;
41. Jean Genet - Diário de um ladrão e Querelle;
42. Érico Veríssimo - diversos, especialmente Olhai os lírios do campo;
43. O tratado de Narciso in A volta do filho pródigo – André Gide;
44. Histórias de homens notáveis – Gurdjieff;
45. Rainer Maria Rilke - Cartas a um jovem poeta e O diário de Florença;
46. Sir Richard Francis Burton: O agente secreto que fez a peregrinação a Meca, descobriu o Kama Sutra e trouxe As mil e uma noites para o Ocidente – Uma biografia escrita por Edward Rice;
47. Carlos Castañeda - A erva do diabo; O segundo círculo do Poder; Porta para o infinito; Viagem a Ixtlán e outros;
48. O crime do padre Amaro e Primo Basílio – Eça de Queiroz;
49. Camilo Castelo Branco - Amor de perdição e Amor de salvação;
50. Hermann Hesse - Demian, Sidarta e O lobo da estepe;
51. Lobsang Rampa - A terceira visão, Entre os monges do Tibete, O manto amarelo e outros;
52. O caçador de pipas - Khaled Hosseini;
53. Tao Te King – Lao Tsé;
54. A essência da sabedoria de Confúcio - Charles J. Finger;
55. Coleção Os grandes iniciados: Moisés, Krishna, Orfeu e outros;
56. A arte cavalheiresca do arqueiro Zen - Eugen Herrigel;
57. O Zen na arte da cerimônia do chá - Horst Hammitzsch;
58. Shogun – James Clavell;
59. A expropriação da saúde: nêmesis da Medicina - Ivan Illich;
60. Paulo Coelho - O alquimista e Diário de um mago;
61. Jorge Amado - Mar morto; Tereza Batista cansada de guerra; Gabriela, cravo e canela; O cavaleiro da esperança e outros;
62. Morangos mofados - Caio Fernando Abreu;
63. Krishnamurti – Liberte-se do passado e diversos textos;
64. Isabel Allende – Paula; A casa dos espíritos e De amor e de sombra;
65. Além das balas mágicas - Bernard Dixon;
66. A redoma de vidro – Sylvia Plath;
67. Dibbs, em busca de si mesmo - Dra. Axline;
68. Nunca lhe prometi um jardim de rosas: Hannah Green;
69. O apanhador no campo de centeio - J.D. Salinger;
70. Teorema - Pier Paolo Pasolini;
71. O feiticeiro do Alto Amazonas - Bruce Lamb;
72. Irmão do 3º grau - Will L. Garver;
73. A vós confio - Rosa Cruz AMORC;
74. A vida secreta das plantas - Peter Tomkis e Christopher Bird;
75. O menino do dedo verde - Maurice Druon;
76. Clarice Lispector - Felicidade clandestina e Perto do coração selvagem;
77. O livro de Mirdad - Mikhail Naimy;
78. Sobre a brevidade da vida - Sêneca;
79. A tábua de esmeraldas - Hermes Trismegisto;
80. Confissões de um comedor de ópio - Thomas de Quincey;
81. A carne - Júlio Ribeiro;
82. Inocência - Visconde de Taunay;
83. Lavoura arcaica - Raduan Nassar;
84. A arte de viver - Epicteto;
85. A arte da prudência – Baltasar Gracián;
86. O caminho dos sonhos - Marie-Louise Von Franz;
87. Fernando Pessoa - Diversas poesias e O eu profundo e os outros eus;
88. A psicanálise dos contos de fada - Bruno Bettelheim;
89. As mil e uma noites - alguns trechos;
90. Zero - Ignácio de Loyola Brandão;
91. Os carbonários - Alfredo Sirkis
92. Batismo de sangue - Frei Tito;
93. Nos porões da ditadura - Raymundo Negrão Torres;
94. O que é isso, companheiro – Fernando Gabeira;
95. Rubem Alves - Ostra feliz não faz pérola e diversos textos;
96. Você pode curar sua vida - Louise Hay;
97. Uma temporada no inferno - Arthur Rimbaud;
98. A última grande lição - Mitch Albom
99. A pérola – John Steinbeck
100. O corpo fala – Pierre Weil e Roland Tompakow
101. Rollo May - A arte do aconselhamento psicológico e O homem à procura de si mesmo;
102. Robert A. Johnson - He; She; We e A chave do reino interior;
103. A doença como caminho – Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke;
104. A doença como linguagem da alma – Rudiger Dahlke;
105. Amor, medicina e milagres – Bernie S. Siegel;
106. O pobre de Deus – Nikos Karantzakis;
107. Nossos índios, nossos mortos – Edilson Martins
108. Dalai Lama - Liberdade no exílio; A arte da felicidade e outros;
109. Irmãos, irmãs – Karl Koning
110. Onde não há médico – Dr. Werner
111. Dicionário de símbolos - Jean Chevalier e Alain Gheerbrant
112. O despertar do tigre - Peter a. Levine
113. Cem dias entre o céu e mar – Amyr Klink
114. Roberto Shinyashiki - A Carícia Essencial e outros;
115. O Dom Supremo - Henry Drummond
116. Os Filmes Que Eu Vi Com Freud - Waldemar Zusman
117. Contos Fantásticos - Guy de Maupassant
118. A Voz do Silêncio - Helena Blavatsky
119. O Coração das Trevas - Joseph Conrad
120. Não Faça Tempestade em Copo D’água - Richard Carlson
121. O Desvendar do Amor - Bob Hoffman
122. O príncipe – Maquiavel;
123. Continuo me recordando dos livros que li ........

sábado, 18 de julho de 2009

A ideologia saiu de moda? Adote a que está em alta.


Sempre que uma ideologia sai de moda, o político recorre ao primeiro modelito prêt-à-porter disponível na prateleira das conveniências.
Para o PT, o patrocínio incondicional da ética tornou-se démodé. O chique agora é envergar o manto diáfano da “governabilidade”.
Numa fase em que camiseta de Che Guevara já não serve nem para seduzir a Ideli Salvatti, o repórter sai em socorro dos petistas.
Vão abaixo duas listas. Relacionam o que precisam fazer e o que devem evitar os petistas que desejam salvar o charme.

- O que o petista não precisa mais fazer:

1. Lembrar que Lula já chamou Sarney de ladrão.
2. Recordar as baixarias do Collor na eleição de 89.
3. Posar de torquemada em sessões de CPI.
4. Gritar ‘Fora, FMI’.
5. Ler Neruda.
6. Comer frango com a mão.
7. Beber cachaça.
- O que o neopetista não pode deixar de fazer:

1. Rezar por Sarney antes de dormir.
2. Admitir que foi injusto com o Collor.
3. Negociar com o Renan a tática anti-CPI.
4. Exaltar o socorro do Brasil ao FMI.
5. Ler Marimbondos de Fogo.
6. Aprender a manusear os talheres.
7. Folhear um bom guia de vinhos.

Escrito por Josias de Souza
PS: Qualquer brasileiro bem informado (infelizmente ainda não é a maioria) concorda com este retrato que o jornalista Josias de Souza tão bem pintou sobre o petismo hoje. Nem por isto jogo todos os políticos de esquerda no mesmo "saco de gatos" dos políticos em geral. Ainda encontro, não sei até quando, alguns que merecem o meu voto.
Gilvan Almeida

sábado, 11 de julho de 2009

O REI E O SÁBIO

Cresci fisicamente mas as estórias e fábulas continuam a me tocar o coração, semelhante ao que acontecia na infância. Quero que seja sempre assim, pois aprendo muitas lições com elas. Esta, a seguir, é uma especial, que guardo com muito carinho em minha "coleção de palavras."

Gilvan Almeida

O REI E O SÁBIO

Havia um rei que, apesar de ser extremamente rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado da sua riqueza. Quanto mais doava para cuidar dos seus súditos, tanto mais os cofres do seu fabuloso palácio enchiam.
Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades procurou o rei para descobrir seu segredo. Ele pensava:
- Como o rei, que não é versado nas sagradas escrituras e não leva uma vida de penitência e renúncia, pode viver cercado por tantas riquezas materiais e ainda assim não ficar “contaminado” por elas? Eu, que renunciei ao mundo e conheço todos os Vedas (livros sagrados), tenho tantos problemas, e ele é virtuoso e amado por todos.
Ao chegar na frente do rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma. O rei respondeu:
- Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio, assim o Senhor vai descobrir meu segredo. Porém, há uma condição: se o Senhor deixar que a chama se apague, cairá morto.
Desse modo, o sábio visitou todas as salas e duas horas depois voltou para o rei, que lhe perguntou:
- O Senhor viu toda a minha riqueza?
Ainda tremendo da experiência, o sábio respondeu:
- Sua majestade, não vi absolutamente nada. Eu estava tão preocupado em manter a chama acesa que não notei nada.
Com o olhar cheio de misericórdia, o rei falou do seu segredo:
- Assim, Senhor sábio, eu vivo. Tenho tanta atenção em manter a chama da minha alma acesa, que embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam. Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença, e não o contrário.

Esta história ilustra dois fatos:
· A virtude ou defeito não está em ter as coisas, mas em como são utilizadas.
· O verdadeiro esforço se limita em manter a consciência interior espiritualmente acesa, e não em lutar contra supostas tentações e ameaças.

sábado, 4 de julho de 2009

Indicação de livro: A casa do delírio

A casa do delírio
Reportagem no Manicômio Judiciário de Franco da Rocha
Autor: Douglas Tavolaro
Editora: Senac-São Paulo

Encontrei este livro na Bienal da Floresta. Leitura importante para todos os que procuram enxergar o mundo além do próprio umbigo e também para os que vivem em um mundo bonito e perfumado, onde tudo dá certo e todos são aparentemente felizes, que vivem “... de frente para o mar e de costas para o Brasil...” conforme já nos disse um poeta. Como diz o autor, o livro é “... uma aventura pelo mundo da razão perdida...”. Considerei também um mergulho no inferno dos maiores males que assolam a sociedade brasileira: miséria, abandono, injustiça, fome, exploração, desemprego, doenças, corrupção... Lá no manicômio estão alguns frutos deste sistema político, econômico e social em que vivemos. Além do levantamento histórico da instituição e dos crimes que cometeram alguns internos, o autor nos mostra também o lado humano, familiar e social, dos personagens entrevistados, e o que vem sendo feito institucionalmente no sentido de reabilitar a dignidade perdida. Tocou-me profundamente, quando ele descreve uma cela onde eram colocados os internos mais perigosos, violentos e em surto psicótico, em que havia diversas palavras e símbolos escritos e desenhados nas paredes, aparentemente sem sentido, mas uma frase ele conseguiu entender, e ela dizia assim: “Quando eu morrer, que não seja só de tédio”. Quantos de nós, que nos consideramos normais, temos esta lucidez de ver quando a nossa vida está um tédio, ou de reconhecer que a vida está um tédio e ver que é possível e preciso fazer algo para transformá-la? Com tudo o que vivenciei e aprendi na leitura deste livro, confirmo, mais uma vez, o que alguém disse: não somos mais a mesma pessoa após a leitura de um livro.

Gilvan Almeida

Escrito na contra-capa do livro:

Inaugurado no último dia de 1933, o Manicômio Judiciário de Franco da Rocha continua sendo o maior abrigo de doentes mentais criminosos do Brasil. Foi considerado nos anos 1950 um dos mais importantes hospitais-presídios da América Latina, na vanguarda dos estudos psiquiátricos, mas nos anos 1960 tornou-se “depósito de loucos” superlotado, com os horrores dessa situação: fome, sujeira, doença, violência. Hoje, com a dignidade em recuperação, luta para livrar-se do estigma de ter sido “um inferno onde quem entra só sai morto”.
Conta-se aqui a história do manicômio e a de alguns de seus personagens marcantes; mostra a “rotina insana” conforme a captou o olhar atento e a sensibilidade do autor. Diversos fatos narrados causam o impacto de uma dura realidade, sem que se perca sua dimensão humana.