sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Bagagem da viagem II

Da mesma forma que gosto de grifar os trechos mais marcantes e essenciais dos livros que leio, para posteriormente reler só o que foi grifado, costumo ver filmes em DVD com papel e caneta ao alcance da mão, para registrar as palavras e frases que mais me tocam. Depois arquivo em minha pasta de cinema, onde há um arquivo chamado Sinopses_críticas_palavras de filmes.
Em Brasília há uma locadora de filmes que é o meu sonho de consumo para Rio Branco, um dia. Chama-se Cultvideo -
http://www.cultvideo.com.br/site/ . Nela, além dos filmes atuais, há um espaço para clássicos, com uma organização dos filmes por Diretor. Desta vez, além de ver mais alguns filmes dos diretores Akira Kurosawa, Ingmar Bergman, Roberto Rosselinni e Luchino Visconti, encontrei uma nova jóia chamada Jean Cocteau, de quem vi o último filme que dirigiu, chamado "Testamento de Orfeu ou não me pergunte por que". Anotei uma série de coisas deste filme, que é o testamento intelectual e artístico de Cocteau, uma viagem por suas reminiscências artísticas e filosóficas, pelos mitos e a essência do ser humano. No início do filme ele, que escreveu o roteiro, dirige e é o ator principal, diz assim: "O privilégio do cinema é permitir a um grande número de pessoas de sonhar o mesmo sonho juntos, e de nos apresentar a ilusão como se fosse a pura realidade. Isto é, em resumo, um admirável veículo para a poesia. Meu filme não é nada diferente de um strip-tease, gradualmente tirando a pele do meu corpo para revelar minha alma nua..." Um personagem de um filme anterior de Cocteau ressurge do mar com uma flor na mão (hibiscus vermelho) e o conduz por todo o filme. Em um determinado momento o diretor é levado para ser julgado pela deusa Minerva e um auxiliar, sendo esta a acusação: “...você é acusado de inocência, sendo culpado de todos os crimes...”. Outras palavras ditas no julgamento: “Você desobedeceu a sua vocação? O que as crianças, os heróis e os artistas fazem sem isto?”; “fenixologia é a arte de morrer repetidamente e renascer”; “Um artista sempre pinta o seu próprio retrato.”; “criando poemas, o poeta usa uma língua, nem viva nem morta, falada por poucos, e entendida por poucos.”; “Eu sinto um tipo, uma dificuldade de existir.”; “Você passa seu tempo tentando ser e isso o impede de viver.” O surpreendente veredito de Minerva: “...você está condenado a viver.” O personagem revivido diz para ele, em outro momento: “...eu nem sei de mim mesmo. Mas estou vagando. Tudo que sei, é que esta flor, composta do seu sangue, compartilha do pulsar do seu destino.” E tem muito mais. Só mais esta: "Um filme é uma fonte de materialização da consciência, um filme ressuscita ações inanimadas. Um filme permite à pessoa fazer que a realidade pareça que é irreal..." Quando puder veja. E como introdução, para que haja uma melhor compreensão do universo filosófico e artístico de Cocteau, veja os Extras antes do filme.

Gilvan Almeida


A sinopse do filme: “Em seu último filme (1959), o legendário escritor, artista e cineasta Jean Cocteau retrata um poeta do século XVIII que viaja através do tempo em busca da sabedoria divina. Em um misterioso lugar, ele encontra diversos fantasmas simbólicos que trazem sua morte e ressurreição. Com um elenco eclético, que inclui Jean-Pierre Léaud, Pablo Picasso e Yul Brynner, Testamento de Orfeu traz a exploração do torturante relacionamento entre o artista e suas criações.”

Leia mais sobre o filme:
http://www.gargantadaserpente.com/cine/testamentorfeu.shtml

Análises de filmes
http://www.gargantadaserpente.com/cine/nome-filme.shtml

Leia mais sobre Jean Cocteau:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Cocteau

domingo, 22 de novembro de 2009

Inveja tucana

Artigo de utilidade pública, para que não nos esqueçamos de quem foi Fernando Henrique Cardoso e o que este senhor, o partido a que ele pertence e seus aliados, fizeram com o nosso país em um período recente. E o candidato dele à presidência da República, José Serra, está em primeiro lugar nas pesquisas de opinião. Se ganhar, certamente farão o que não conseguiram fazer nos dois governos de FHC, dilapidar o que ainda sobrou das riquezas nacionais, que eles entregaram a preço de banana ao capital internacional, tais como a Companhia Vale do Rio Doce, a Usiminas, a Telebrás, a Eletropaulo, a Light e tantos outros bens do nosso patrimônio.

Gilvan Almeida

INVEJA
18 de novembro de 2009

Não há como se desvincular a imagem de Fernando Henrique Cardoso (FHC) das de Carlos Menem e Alberto Fujimori. Em primeiro lugar, pela generosa submissão da troika ao Consenso de Washington, esperta sacação do Mercado para disseminar a cultura do Estado mínimo que nos legou o desmonte tanto irresponsável quanto nebuloso de grande parte do patrimônio nacional. Segundo, pelo alinhamento automático dos seus governos à política expansionista dos EUA, prática herdada das respectivas ditaduras militares.

Não é sem razão, portanto, a reação de CANDIDO MENDES – membro da Academia Brasileira de Letras, da Comissão de Justiça e Paz, do Conselho Internacional de Ciências Sociais da Unesco e secretário-geral da Academia da Latinidade, em artigo publicado pela Folha de S Paulo na última quarta-feira, ante um contraditório artigo do ex-presidente brasileiro, multiplicado pelos jornais do país à véspera do dia dos mortos. Queria FHC tentar tirar da indigência nossa medíocre oposição e parte da grande mídia.

Queria. Pois, como depois se viu, o artigo do ex-presidente, “Para onde vamos”, não passou de uma cínica coletânea de velhos chavões da mesma fonte indigente oposicionista dos últimos tempos. Diz Candido Mendes que o indeciso artigo de FHC vai estimular os eleitores nas próximas eleições a mostrar “para onde não voltamos”, principalmente quando o ex-presidente afirma, cinicamente, “que tudo que é bom no atual governo já veio de antes e que o mal de agora apenas começa”.

Uma sábia observação sociológica de que inveja é atributo dos narcisistas cai bem para o “príncipe dos sociólogos”. A invejável evidência do Brasil no conceito planetário fragilizou a estratégia do ex-presidente, cuja fala (contrariando as oposições e grande parte da mídia) abriu espaço a que as eleições de 2010 sejam radicalmente plebiscitárias, como quer o presidente Lula. Em primeiro plano, a privataria versus “a melhoria social do país e a recuperação do poder do Estado”, como observa Candido Mendes.

Teremos, de um lado, a falta de controle da Nação sobre o petróleo (um generoso regime entreguista de concessões). Do outro, a partilha, o modelo norueguês, que amplia a destinação social imediata dos recursos do subsolo. Nos setores onde o governo dos tucanos foi zero, teremos o PAC, milhares de obras a exibir a presença do Estado na mudança da infraestrutura, exigência do nosso desenvolvimento. E o Bolsa Família, uma política de transferência de renda e cidadania, que na visão de Candido Mendes, “colocou a população de uma Colômbia na nossa economia de mercado”.

“A conduta de Lula na determinação visceral de não ceder a um terceiro mandato, avassaladoramente acolhível, se assim quisesse o presidente, por emenda constitucional”, como entende Candido Mendes, expõe a desavergonhada batalha de FHC para que o Congresso Nacional lhe desse, a custa de muita corrupção, um mandato extra. É puro cinismo, portanto, o ex-presidente dizer que "é mais do que tempo dar um basta ao continuísmo antes que seja tarde". Simbolicamente dito no dia dos mortos.

Candido Mendes percebe ainda que “o embaraço do tucanato em reconhecer o ‘entreguismo’ dos controles públicos durante o seu governo é o mesmo que o alvoroça a comparar o governo Lula ao ‘populismo autoritário peronista”. Populismo, sabemos, é um termo utilizado pelo conservadorismo oligarca contra as políticas públicas de resgate do fosso social que ele próprio secularmente produziu. Populismo real é aquele que essas mesmas elites praticam há séculos para manutenção do poder e da pobreza.

A despeito deles, e de suas falas cheias de ódio e de inveja, o amadurecimento brasileiro, uma nova amplitude e uma nova densidade são o novo patamar que o mundo reconhece em nós de forma crescente. Na semana passada, o presidente Lula recebeu de instituição ligada à família real do Reino Unido, em Londres, importante prêmio por sua contribuição "à estabilidade e à integração na América Latina" e por seu papel na "resolução de crises regionais". Uma significativa (e invejável) premiação ao Brasil.

Fonte: http://boletimhsliberal.blogspot.com/

sábado, 14 de novembro de 2009

Bagagem da viagem

Nestes 15 dias de viagem a Brasília e Goiânia quase não passeei. Cuidei da saúde, ou melhor, do que há frágil precisando melhorar, e participei de um Seminário Internacional de Homeopatia, com o Dr. Bandish Ambani, membro da Predictive Homeopathy School, localizada em Mumbai - Índia. www.predictivehomeopathy.com. Aproveitei também para descansar, pensar e ver filmes: vi 20 em 11 dias. Teve dia que vi 4 longas e um curta-metragem. Ampliei meus conhecimentos sobre o diretor japonês Akira Kurosawa, um dos meus prediletos e que cada vez mais admiro a sensibilidade, e vi mais 7 filmes dele. Um, chamado Madadayo, o último que filmou antes de morrer, conta uma bonita história de um professor muito amado pelos alunos, que se aposenta. Uns alunos continuam a procurá-lo em casa, e criam uma comemoração anual no dia do aniversário dele. Todos os anos, durante a festa, os alunos perguntam "Madakai?" (Pronto? Ainda não se cansou de viver?), e ele, depois de uma imensa taça de cerveja, responde "Madadayo!" (Ainda não!), significando que seus alunos teriam que "agüentá-lo" por mais um ano. Assim, continuam a conviver e a compartilhar situações do cotidiano do sábio Mestre, incluindo as coisas da velhice. Em uma dessas festas o professor diz para as crianças que trazem o bolo à sua frente, umas palavras que me tocaram e fizeram lembrar de diversas pessoas que gosto, especialmente meus filhos: "...encontrem alguma coisa de que realmente gostem. Encontrem algo que sejam capazes de amar de verdade. E quando encontrarem, lutem com todas as forças que tiverem pelo seu tesouro. E assim, vocês terão o tesouro pelo qual tanto lutaram. E irão adquirir o hábito de abraçar as coisas de coração. Este é o verdadeiro tesouro."
Quem de nós já pode dizer que encontrou esse tesouro? Se acha que sim, como estão os cuidados para mantê-lo? Se acha que não, o que está sendo feito para encontrá-lo? Será que encontrou e não reconheceu?


Gilvan Almeida

Sinopse do filme: O último filme de Akira Kurosawa conta a história das últimas décadas de vida de Hyakken Uchida, professor e escritor que se aposenta no início dos anos 40. Com saudades e reconhecendo o talento do professor, seus antigos alunos fazem constantes reuniões para matar as saudades do professor, em um ritual que o prepara para a morte, que pode estar mais perto a cada ano. Enquanto isso, a vida continua.
"Espero que todo mundo saia do cinema com um grande sorriso no rosto depois de ver este filme", disse Akira Kurosawa sobre seu 30º e último trabalho como diretor: Akira morreu em 6 de setembro de 98.
Foi como esse mestre do cinema escreveu seu próprio epitáfio: libertando sua alma de criança a correr pelo campo com outras crianças numa tarde tocantemente crepuscular, cantarolando “madadayo”. Aos poucos sobre o cantarolar, sobressai-se suavemente "L’estro Armonico" de Vivaldi, clássico de que tanto gostava, a câmera focalizando o céu cheio de cores – a última cena do filme – a alma do mestre a adejar por entre as nuvens rumo ao infinito. Como no filme, o que é perene é invisível.

Um adeus sem tristeza.

Um réquiem feito de ternura.

Foi o último trabalho do cineasta.

A última poesia declamada pelo menestrel.

O último canto do trovador.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Bebês devem dormir de barriga para cima.

28/09/09 - Esta é a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria, que apóia campanha da Pastoral da Criança. O assunto será tema de conferência da dra. Magda Lahorgue Nunes no Congresso Brasileiro de Pediatria, dia 12 de outubro, às 11h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Dra. Magda coordena o Núcleo de Estudos sobre o Sono da entidade e é autora, com colaboradores, de texto publicado na revista eletrônica SBP Ciência.
Segundo estudos, dormir nessa posição reduz em até 70% o risco de morte súbita – uma das principais causas de óbitos de crianças com até um ano. "O hábito de deixar o bebê dormir de lado está enraizado na nossa cultura. Existe uma crença muito forte de que o bebê pode se afogar se estiver de barriga para cima, mas os estudos mostram que isso não é verdade”, salienta a dra. Magda.

Principais Recomendações


(Publicadas em reportagem de Fernanda Bassete na Folha de S. Paulo, com a colaboração da SBP e da Pastoral. Aqui reproduzimos as principais, revisadas pela Dra. Magda)


1 - POSIÇÃO CORRETA

Bebês devem dormir de barriga para cima, e não de lado ou de barriga para baixo. Os riscos de dormir de lado são semelhantes aos de dormir de bruços. Essa posição é instável e muitos bebês rolam e ficam de barriga para baixo.

2 - VÔMITO

Se o bebê está de barriga para cima e vomita, a tendência é tossir, e com isso chamar a atenção dos pais.
3 - SUPERAQUECIMENTO

Evite agasalhar demais o bebê na hora de dormir, pois isso dificulta os movimentos e pode superaquecê-lo.

4 - INCLINAÇÃO

A inclinação da cama não precisa ser maior do que 5%. Deixe os braços para fora da coberta para evitar que o bebê deslize e fique sufocado pelo cobertor.

5 - OBJETOS DECORATIVOS

Deixe o berço livre de almofadas, travesseiros, "cheirinhos", pelúcias e outros brinquedos, pois eles podem dificultar a respiração.

MORTE SÚBITA

É o nome que se dá para a morte de crianças menores de 1 ano que morrem de forma inesperada e sem explicação durante o sono. Ocorre mais frequentemente nos primeiros meses de vida.

FATORES DE RISCO

- A posição de dormir

- Exposição ao fumo durante a gravidez e após o nascimento

- Consumo de álcool e drogas durante e após a gestação

- Falta de aleitamento materno

- Uso de colchões e travesseiros muito moles ou fofos

- Prematuridade ou baixo peso ao nascer