sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Onde moram as certezas?

"Somos assim. Sonhamos o vôo, mas tememos as alturas. Para
voar, é preciso ter coragem para enfrentar o
terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo
acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a
ausência de certezas. Mas é isto que tememos:
o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por
gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas
moram."
Rubem Alves

Encaminhei este bonito poema de Rubem Alves para alguns amigos e amigas. Interessante a repercussão, que aqui compartilho.
Mexeu no meu paiol.
Pode ser que sirva também pra vocês.
Gilvan Almeida

-“Muito especial. E, como estou num momento tão difícil, me sinto engaiolada, com medo do medo de voar! Valeu!”
-“Excelente! E o pior é guando essa gaiola é dourada...”
-“É verdade, buscamos sempre os parâmetros para nos sentir enquadrados.... a liberdade do vôo nos deixa sem parâmetro, portanto inseguros....”
-“Vixe! Amigo, Isso faz o maior rebuliço cá no meu paiol, também rssss.
Tenho esse trecho (e alguns outros) bem na parede da estante do escritório... é um barato... quando tô muito "aterrada" dou uma olhadela com o rabo do olho.
Quando atendia jovens gostava um tanto de lidar com textos, Esse texto, e o milho de pipoca, do Rubem dava pano pra manga.”
-“MEU AMIGO..RESOLVEU CUTUCAR ONÇA COM VARA CURTA?? KKKK, parece que somos tão parecidos...snif,snif...eu, vc e o resto do mundo.
-“É, isso acontece...! E, quando ousamos um vôo... às vezes as asas quebram,
mas ainda resta a vassoura, no caso de ser mulher! rs.”
-“ Yes. Mexeu na minha sombra, amigo... rsrs
-“Vixi, maninho... o meu paiol tá pegando fogo. E eu quero tanto a liberdade...”
-“...e as chaves pra abrir "as gaiolas"?????”
-“Quem me acorrenta e me atormenta é, essa ausência de certeza...”
-“Lindo o texto, mas, graças a Deus, meu vazio, neste momento, está preenchido! RS”
-“Eu fiz o Processo Hoffman. Então, aquele buraco que eu sentia dentro de mim, o vazio inexplicável que habitava meu interior, desapareceu ... Estou plena! Mudei. Não sei explicar o quê se transformou em mim, mas não sou a mesma de antes ...”
-“Nossa ... como dói ler um vôo desta forma.
Não entendo como vazio .. o que vejo é imensidão ... de possibilidades ... inclusive de não conseguir voar adequadamente e cair!
Sim ... a queda é vazio. É estar preso pelo medo de tentar voar novamente.
Mas o vôo é imensidão .. quem já voou um dia não pode desconsiderar o que é o encontro com o vento ..
Às vezes penso que o vento é a grande paixão da liberdade .. voar é a liberdade para sentir o vento ...o que não é chão ... mas é horizonte ...
sim, posso dizer que sou apaixonada pelo horizonte ... pelo sol que ele me promete luz todo dia. Não tenho chamego com vazio .. gaiolas .. meu coração nasceu para voar .. e meu espírito é vento .. vamos voar!”
-“somos assim mesmo, mas para não ser tão assim .... Imagino que no meu mundinho vivo em gaiolas aladas.”
-“Eu gostei muito de ler isso. Quando viajo só para um lugar desconhecido eu tenho essa sensação. A paixão é novidade mas depois desaparece porque é enfurnada na gaiola da rotina e das certezas. As pessoas tendem a construir gaiolas umas para as outras. E também lembrei de Clarice Lispector quando disse que tinha três pernas e não conseguia se desprender da terceira perna porque esta a fazia um ser reconhecível e encontrável. Mas a impedia de correr livre com as duas pernas...”

Um comentário:

Faide Veiga disse...

Pois eu estou voando ...
Mas meu vôo independe de escolha ou coragem ... fui empurrada de uma altura que não me permitiu decidir ... ou voava ou caía ...
Sim é no vazio que encontramos a liberdade e procuramos controlar nossos temores por mais difícil que seja e, mesmo sem as certezas,aprendemos que precisamos voar ...

Gilvan,
paz e luz