domingo, 22 de novembro de 2009

Inveja tucana

Artigo de utilidade pública, para que não nos esqueçamos de quem foi Fernando Henrique Cardoso e o que este senhor, o partido a que ele pertence e seus aliados, fizeram com o nosso país em um período recente. E o candidato dele à presidência da República, José Serra, está em primeiro lugar nas pesquisas de opinião. Se ganhar, certamente farão o que não conseguiram fazer nos dois governos de FHC, dilapidar o que ainda sobrou das riquezas nacionais, que eles entregaram a preço de banana ao capital internacional, tais como a Companhia Vale do Rio Doce, a Usiminas, a Telebrás, a Eletropaulo, a Light e tantos outros bens do nosso patrimônio.

Gilvan Almeida

INVEJA
18 de novembro de 2009

Não há como se desvincular a imagem de Fernando Henrique Cardoso (FHC) das de Carlos Menem e Alberto Fujimori. Em primeiro lugar, pela generosa submissão da troika ao Consenso de Washington, esperta sacação do Mercado para disseminar a cultura do Estado mínimo que nos legou o desmonte tanto irresponsável quanto nebuloso de grande parte do patrimônio nacional. Segundo, pelo alinhamento automático dos seus governos à política expansionista dos EUA, prática herdada das respectivas ditaduras militares.

Não é sem razão, portanto, a reação de CANDIDO MENDES – membro da Academia Brasileira de Letras, da Comissão de Justiça e Paz, do Conselho Internacional de Ciências Sociais da Unesco e secretário-geral da Academia da Latinidade, em artigo publicado pela Folha de S Paulo na última quarta-feira, ante um contraditório artigo do ex-presidente brasileiro, multiplicado pelos jornais do país à véspera do dia dos mortos. Queria FHC tentar tirar da indigência nossa medíocre oposição e parte da grande mídia.

Queria. Pois, como depois se viu, o artigo do ex-presidente, “Para onde vamos”, não passou de uma cínica coletânea de velhos chavões da mesma fonte indigente oposicionista dos últimos tempos. Diz Candido Mendes que o indeciso artigo de FHC vai estimular os eleitores nas próximas eleições a mostrar “para onde não voltamos”, principalmente quando o ex-presidente afirma, cinicamente, “que tudo que é bom no atual governo já veio de antes e que o mal de agora apenas começa”.

Uma sábia observação sociológica de que inveja é atributo dos narcisistas cai bem para o “príncipe dos sociólogos”. A invejável evidência do Brasil no conceito planetário fragilizou a estratégia do ex-presidente, cuja fala (contrariando as oposições e grande parte da mídia) abriu espaço a que as eleições de 2010 sejam radicalmente plebiscitárias, como quer o presidente Lula. Em primeiro plano, a privataria versus “a melhoria social do país e a recuperação do poder do Estado”, como observa Candido Mendes.

Teremos, de um lado, a falta de controle da Nação sobre o petróleo (um generoso regime entreguista de concessões). Do outro, a partilha, o modelo norueguês, que amplia a destinação social imediata dos recursos do subsolo. Nos setores onde o governo dos tucanos foi zero, teremos o PAC, milhares de obras a exibir a presença do Estado na mudança da infraestrutura, exigência do nosso desenvolvimento. E o Bolsa Família, uma política de transferência de renda e cidadania, que na visão de Candido Mendes, “colocou a população de uma Colômbia na nossa economia de mercado”.

“A conduta de Lula na determinação visceral de não ceder a um terceiro mandato, avassaladoramente acolhível, se assim quisesse o presidente, por emenda constitucional”, como entende Candido Mendes, expõe a desavergonhada batalha de FHC para que o Congresso Nacional lhe desse, a custa de muita corrupção, um mandato extra. É puro cinismo, portanto, o ex-presidente dizer que "é mais do que tempo dar um basta ao continuísmo antes que seja tarde". Simbolicamente dito no dia dos mortos.

Candido Mendes percebe ainda que “o embaraço do tucanato em reconhecer o ‘entreguismo’ dos controles públicos durante o seu governo é o mesmo que o alvoroça a comparar o governo Lula ao ‘populismo autoritário peronista”. Populismo, sabemos, é um termo utilizado pelo conservadorismo oligarca contra as políticas públicas de resgate do fosso social que ele próprio secularmente produziu. Populismo real é aquele que essas mesmas elites praticam há séculos para manutenção do poder e da pobreza.

A despeito deles, e de suas falas cheias de ódio e de inveja, o amadurecimento brasileiro, uma nova amplitude e uma nova densidade são o novo patamar que o mundo reconhece em nós de forma crescente. Na semana passada, o presidente Lula recebeu de instituição ligada à família real do Reino Unido, em Londres, importante prêmio por sua contribuição "à estabilidade e à integração na América Latina" e por seu papel na "resolução de crises regionais". Uma significativa (e invejável) premiação ao Brasil.

Fonte: http://boletimhsliberal.blogspot.com/

Um comentário:

Faide disse...

Oi Gilvan?!
Precisamos mesmo lembrar,principalmente que somos falíveis....e que o partido não é tudo na hora de escolher nossos dirigentes.
Realmente um ótimo artigo de utilidade pública mas como tudo no mundo e específicamente na política,tem seus questionamentos...Fernando Henrique e seus seguidores,nem pensar!mas Dilma Roussef ?! Não teríamos no partido dos trabalhadores,que tem feito sim um bom trabalho, um nome menos atormentado?! menos afetado?!mais
sincero e que transmita mais cordialidade e segurança a todos os brasileiros? vou citar os "supostos aposentados ricos," falo dos "supostos" tá? que tanto fizeram pela Nação Brasileira,em uma época em que para se fazer era preciso acreditar mesmo e nem as dificuldades em todos os sentidos os fizeram desistir,se moviam na certeza de um Brasil melhor e assim fizeram sua parte,entregando ao Poder de hoje toda sua história,falhas(Deus é um só e o erro nos ensina a acertar) e benfeitorias.
Nós como seres humanos precisamos parar mais vezes e lembrar humildemente que cada pessoa é filho (a) de sua terra e não dono (a). Aliás não somos donos nem de nós mesmos....e competência não é privilégio de poucos.
Bjo
Faide.