sábado, 16 de outubro de 2010

Dilma e a Fé Cristã


Por falta de consistência ideológica, ética e programática, a oposição lançou, em larga escala, a maledicência político-eletrônica como forma de conquistar o poder. Para isto, dentre outras estratégias, vem se utilizando de uma parcela da população que tem acesso à internet para reproduzir e divulgar dados inverídicos, preconceituosos e caluniosos contra determinados candidatos e partidos, especialmente Dilma Roussef e o PT. Se não acompanhasse a política brasileira desde a década de 70, por exemplo, era sujeito eu já estar acreditando que antes do Governo Lula não havia corrupção em nosso país.
Não sou filiado a nenhum partido político e também não estou aqui dizendo que a coligação política, liderada pelo PT, que governa o Brasil, é composta por uma legião de anjos celestiais, pois já sei que onde há ser humano, há a corrupção.
Acompanho a vida pública (religiosa e política) de Frei Betto desde a ditadura militar, quando li seu livro Batismo de Sangue. Ele merece muito mais a minha confiabilidade que qualquer outro religioso, de qualquer credo, quanto ao tema do artigo a seguir.


Gilvan Almeida


Dilma e a fé cristã

Escrito pelo Teólogo FREI BETTO
11-Out-2010

Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência.
Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de “marxista ateia”. Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte. Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de “abortista” ou contrária aos princípios evangélicos.
Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade. Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.
Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que a árvore se conhece pelos frutos, como acentua o Evangelho.
É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.
Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto.…Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.
Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.
Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.
A resposta de Jesus surpreendeu: “Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes…” (Mateus 25, 31-46).
Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcanc e de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

Toda família tem o direito de ser feliz.

Um comentário:

Faide disse...

Gilvan,
Sabemos que a ideologia política(todos os partidos),vem definhando há algum tempo,dando vez aos interesses pessoais.A impressão que fica quando se observa referências partidárias é que a ideologia que os consagrou foi golpeada pelos mesmos.
Todo partido visa o poder,com diferenças em seu conteúdo de programas,pressupondo-se que sejam de interesse político e social da nação e é por esses ideais comuns que um partido conquista seus votos,certo?!Mas o problema é que no vácuo da coerência existem discursos e atitudes dúbias que se contradizem e acabam por confundir o eleitor,tornando-o indeciso.
Então,é mais ou menos assim que vejo a política no Brasil...

Luz e paz...
Faide ;)