sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Os medos dos homens

Quando tenho acesso a algo bom, meu desejo imediato é compartilhar, pois não me satisfaço em conhecer ou ter só para mim, o que considero útil e belo na vida, seja um livro, uma música, um filme, um lugar bonito. Alguns podem até achar chato esse compartilhar, mas, parodiando o Chaves: “tenham paciência comigo...”, esse é o meu jeito. Risos.
Como motivação para uma reflexão, encaminhei esta mensagem a alguns amigos e amigas. Tão delicado quanto tratar com mulheres (a maioria) a respeito de idade, peso, estrias e rugas, é difícil fazer com que nós homens encaremos nossos próprios medos.
Repercutiu legal.

Gilvan Almeida

Aos prezados:
Para um exame: será que o autor está correto? Eu concordo plenamente com ele: tenho medo...e não é pouco...risos.
Às Prezadas:
O autor diz que vocês já sabem deste segredo dos homens (que é o 2º de oito). Não sei se todas sabem mesmo. Acho que:
-Umas sabem (descobriram) e sabem que sabem;
-Algumas sabem, percebem algo, mas não têm a consciência de que sabem, e não sabem que sabem;
-Outras não sabem mesmo e continuam acreditando que somos sempre corajosos e poderosos, muitas delas vivendo escravizadas (literalmente até) por esta falsa crença.
abs
Gilvan

Os medos dos homens

“(..) o segundo segredo masculino, é que a vida dos homens é basicamente governada pelo medo. Como os homens não conseguem invalidar a frágil força que conseguiram reunir, mal conseguem admitir para si ou para os outros o quão influenciados são pelo medo. Mas a cura de um homem exige que ele deixe de se sentir envergonhado pelo seu medo. Sempre admirei a liberdade que as mulheres têm de reconhecer seus temores, de compartilhá-los, colhendo desse modo o apoio das outras pessoas. O fato de o homem reconhecer o lugar do medo na sua vida significa correr o risco de sentir-se pouco masculino e de ser humilhado pelos outros. E, assim, seu isolamento aprofunda-se.
Mas este segredo está na boca do povo, meus amigos. Até as mulheres já o descobriram, aliás sempre souberam de tudo. Enquanto pesquisava para este livro, deparei com o artigo: “Os medos secretos dos homens: o que nunca lhe contarão”, na edição de março de 1992 do, isto mesmo, Ladies Home Journal (Jornal da Dona de Casa). Portanto, elas nos descobriram. Na essência, o artigo identifica corretamente os dois medos fundamentais dos homens: o de não estarem à altura do que se espera deles e o medo da provação física ou psicológica.
O medo de não estar à altura do que se espera é o aspecto mais visível (...) – a competição, ganhadores e perdedores e a produtividade como medida da masculinidade. O medo da provação (...) é expressado pelos homens que duvidam da habilidade de defenderem a si próprios e à sua família. (...)

Trecho do livro Sob a sombra de Saturno: a ferida e a cura dos homens, de James Hollis, Editora Paulus.


É um livro mais indicado para os homens, mas as mulheres que querem conhecer melhor o nosso funcionamento, especialmente as fragilidades e as feridas, também devem ler. O autor, James Hollis, é um terapeuta Junguiano que tem diversos livros muito bons. Outro dele que li recentemente foi A sombra interior: Por que pessoas boas fazem coisas ruins?

Mais um trecho para alimentar a vontade de vocês lerem:

"(...) Nenhum homem consegue deixar o lar (dos pais) ou estar no mundo sem sofrer dolorosos ferimentos no corpo e na alma. Mas precisa aprender a dizer: "Não sou minha ferida nem minha defesa contra meu ferimento. Sou minha jornada." As feridas da vida talvez esmaguem a alma ou estimulem a consciência, porém somente a consciência cada vez maior trará luminosidade à jornada.(...)
(...) Para que o homem salve a si próprio, é preciso que retome a jornada da alma.(...) Eh chegada a hora de sermos sinceros por inteiro, de reconhecer o medo, mas viver a jornada.(...) Viver a jornada da alma significa servir à natureza, servir aos outros e servir a esses mistérios do qual somos a experiência. Aí, então, haveremos encarnado o invisível, tornado luminoso este curto episódio entre dois grandes mistérios. (nascer e morrer)"

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