segunda-feira, 8 de junho de 2009

Quem sou eu?

Aparentemente fácil de ser respondida, a pergunta Quem sou eu? é fundamental para quem deseja caminhar pelas trilhas do autoconhecimento. Cada ser humano é múltiplo em comportamentos e, dependendo do ambiente em que está - família, trabalho, lazer, religião, a maioria imita a estratégia do camaleão, que adapta a sua cor ao meio ambiente. Assim acontece porque a convivência humana não permite a autenticidade plena, cada um mostrando o que realmente é. Ainda precisamos das “defesas camaleônicas”, máscaras de convivência, quase sempre frutos dos mecanismos de sobrevivência psicológica e emocional que fomos obrigados a desenvolver desde a infância, frente às imposições que as normas sociais exigem. No entanto, conforme o amadurecimento e a busca consciente, um dia esta multiplicidade de formas de ser se tornará Unidade, quando então cada um terá um só comportamento onde quer que esteja. Externamente sou um indivíduo, igual a todos os outros, e, ao mesmo tempo, interiormente um exemplar único e tão pouco conhecido por mim mesmo. Eu não sei, por exemplo, das minhas reações frente a determinados acontecimentos que ainda não vivi. Compreendo que eu não sou só nome, profissão, estado civil e sexo, filiação, naturalidade e nacionalidade. Sou também o que tenho; o que como, o que penso e o que sinto; eu sou o que gosto e o que não gosto; sou as minhas aspirações e preferências; as minhas fragilidades e também o que já consigo ser forte. Cada uma destas características diz exatamente de mim, da minha individualidade, da essência, portanto revelam-me, e quanto mais eu as conheço, mais sei quem sou. Lá no fundo de si mesmo cada um é essencialmente coração, sentimentos, memórias, que gradualmente, e de acordo com a busca pessoal, podem ser conhecidos, transformados, lapidados, na busca de que, um dia, sejamos plenos de paz, equilíbrio, harmonia e amor.
Gilvan Almeida

2 comentários:

Olivia Maia disse...

Oi Gilvan,

Adorei o texto. Como sempre um tanto reflexivo. Lembrei-me do meu "velho Guru" Jung quando fala do processo de Individuação.
Quem sabe se ainda nessa paginação consigamos sair um poucos mais "depurados", né?
abraços fraternos
Olivia

PS: Tenho lido as "postagens". Parabéns!

FAIDE disse...

Gilvan,como diz um poema que gosto:"Sou o que existe de mais real,sou aquilo que você tem mais medo,por ser o que mais te agrada.Sou uma peça no jogo da vida,um leigo que sabe de tudo,em busca de paz nesse mundo."
Se auto-definir e analisar é extremamente difícil certo? porque sabemos o que fomos e o queremos ser,mas não exatamente quem somos.Podemos ser a soma de todas as nossas experiências,as palavras que declaramos,a vontade de ajudar o próximo,de amar e sermos amados,nossas decisões,nossa honra...Alguns porém parecem ser embalagens vazias e deixam de ter dentro de si ou ao seu lado,verdadeiros tesouros,talvez porque não deixam uma lágrima cair,não se rendem aos propósitos da vida.Talvez um dia tenha certeza de quem sou...
Amei sua reflexão.
Abço
Faide.