quarta-feira, 24 de junho de 2009

Socorro a bancos

Vergonhosa esta matéria, que revela um pouco da verdadeira face do capitalismo: concentração cada vez maior das riquezas nas mãos de poucos, a socialização dos prejuízos e a distribuição da miséria para a grande maioria da humanidade. Quando vejo o governo brasileiro ser elogiado pelo capital internacional entendo que fica evidente que está acontecendo em nosso país o que Obama e companhia esperam: lucro fácil com pouquíssimo investimento, política subserviente de subsídios estatais, pouco compromisso das transnacionais com o trabalhador brasileiro e o meio ambiente, e tantas outras formas modernas de exploração. Quando votei em Lula já não era mais ingênuo politicamente a ponto de acreditar que ele faria a grande revolução política, econômica e social que nosso povo espera há séculos. Sei, no entanto, que ele faz o governo possível e permitido internacionalmente, em mais um dos países submissos à ditadura econômica mundial.

Gilvan Almeida

Socorro a bancos em 1 ano supera ajuda a países pobres em 50, diz ONU.
BBC Brasil - 24/06/2009

A indústria financeira internacional recebeu no último ano quase dez vezes mais dinheiro público em ajuda do que todos os países pobres em meio século, segundo aponta um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Campanha da ONU pelas Metas do Milênio.

Segundo a organização, que promove o cumprimento das metas das Nações Unidas para o combate à pobreza no mundo, os países em desenvolvimento receberam em 49 anos o equivalente a US$ 2 trilhões em doações de países ricos.
Apenas no último ano, os bancos e outras instituições financeiras ameaçadas pela crise global receberam US$ 18 trilhões em ajuda pública.

A divulgação do relatório coincide com o início de uma conferência entre países ricos e pobres na sede da ONU, em Nova York, para discutir o impacto da pior crise econômica mundial desde os anos 1930.

O encontro, que acontece até o dia 26, tem como principal objetivo "identificar as respostas de emergência para mitigar o impacto da crise em longo prazo", segundo a convocação das Nações Unidas.

Um dos principais desafios da reunião será conseguir um compromisso que permita unir países industrializados e em desenvolvimento para definir uma nova estrutura financeira mundial, prestando atenção especial às populações mais vulneráveis.

Vontade política

O relatório da Campanha pelas Metas do Milênio argumenta que a destinação de dinheiro ao desenvolvimento dos países mais pobres não é uma questão de falta de recursos, mas sim de vontade política.

"Sempre digo que se você fizer uma promessa e não cumprir, é quase um pecado, mas se fizer uma promessa a pessoas pobres e não cumprir, então é praticamente um crime", disse à BBC o diretor da Campanha pelas Metas do Milênio, Salil Shetty.

"O que é ainda mais paradoxal é que esses compromissos (firmados pelos países ricos para ajudar os pobres) são voluntários. Ninguém os obriga a firmá-los, mas logo eles são renegados", lamentou.

"O que pedimos de verdade é que nas próximas reuniões, na ONU nesta semana, e na cúpula do G-8 (em julho), os países ricos apresentem uma agenda clara para cumprir com as promessas que fizeram", disse Shetty.

O relatório da organização observa ainda que a crise mundial piorará a situação dos países mais pobres. Na última semana, a FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação) afirmou que a crise deixará 1 bilhão de pessoas em todo o mundo passando fome.

Para Shetty, é importante que os países pobres também participem de qualquer discussão sobre a crise financeira global.

"Hoje eles não têm nenhuma voz nas principais instituições financeiras. Enquanto não participarem da tomada de decisões, as coisas nunca vão mudar", afirmou.

Um comentário:

Faide disse...

Gilvan,"mais uma" matéria vergonhosa e que infelizmente logo estará esquecida em meio a muitas outras que estão a caminho e que na realidade só existem para preencher páginas de jornais e telinhas(ou melhor,maletas de dinheiro),afinal o mundo é movido pelo capitalismo(não como deveria)e o que veremos sempre é, como você citou:" a distribuiçao da miséria",não a de rendas que permitam ao homem viver com dignidade,sem ser explorado por alguns que se denominam líderes, por sinal escolhidos pelo povo,que aliás tem que acordar um pouquinho e votar com mais consciência e entendimento e por outros que se comportam como se o mundo pertencesse somente a eles e que na verdade só lideram e satisfazem suas própias vontades e decisões.Sabemos que o poder e o dinheiro corrompem e permitem ao homem esquecer sua fragilidade e o porquê de estar
aqui.
Muito bom você Tê-la postado.
Bjo,
Faide