segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O comércio da fé

Nas décadas mais recentes, criar uma igreja transformou-se em ótimo meio de vida em nosso país. Temos alguns exemplos de “espertinho(a)s” que entraram no “negócio” e são hoje milionário(a)s, às custas da ingenuidade dos fiéis, que, em sua boa-fé vivem explorados, dando, em dízimos, o que lhes fará falta no sustento da família, aumentando ainda mais as fortunas do(a)s falso(a)s profetas. Nestas igrejas “vende-se” de tudo, desde produtos milagrosos até a felicidade, a saúde e a salvação, como se fossem franquias exclusivas de Deus.
Observemos com mais atenção ao nosso redor, que veremos a sutil diferença entre quem vive PARA a igreja (aqueles que seguem uma doutrina, que procuram colocar Deus em seu cotidiano, transformando sua vida para o bem e o amor ao próximo, etc.) e quem vive DA igreja (pessoas que há pouco tinham uma vida regrada de bens materiais e de consumo, e hoje ostentam seus padrões de novos ricos, com mansões, carros do ano, cargos políticos, em uma afronta ao bom senso do trabalhador brasileiro). Só seus fiéis não enxergam isto.
O articulista do jornal A Folha de São Paulo Hélio Schwartsman mostra, no texto abaixo, as facilidades para dar início ao negócio e as benesses que o Estado oferece, em nome da liberdade religiosa.

Gilvan Almeida

Criar igreja e se livrar de imposto custa R$ 418
Da Folha on-line

Reportagem de Hélio Schwartsman, da equipe de articulistas da Folha, mostra que bastam cinco dias úteis e R$ 418,42 para criar uma igreja no Brasil com CNPJ, conta bancária e direito de realizar aplicações financeiras livres de IR (Imposto de Renda) e de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A reportagem, publicada em 29.11.2009, na Folha, informa ainda que não existem requisitos teológicos ou doutrinários para a constituição de uma igreja nem se exige um número mínimo de fiéis --basta o registro de sua assembléia de fundação e estatuto social num cartório.
Além de IR e IOF, igrejas estão dispensadas de IPTU (imóveis urbanos), ITR (imóveis rurais), IPVA (veículos) e ISS (serviços), entre outros impostos. Se a Lei Geral das Religiões, já aprovada pela Câmara e aguardando votação no Senado, se materializar, mais vantagens serão incorporadas.

2 comentários:

Alma Acreana disse...

Caro Gilvan,
é bastante pertinente seu comentário em relação àqueles que faz da igreja um modo de ganhar dinheiro e enriquecer. É nesse sentido que a religião torna-se "ópio do povo".

Um forte abraço e continue nos legando essa sua postura ética que só nos engrandece.

Faide disse...

Olá Gilvan ? ótimo tema !

É mesmo espantoso como o comércio da fé é extremamente lucrativo e também como algumas Igrejas usam a fé com objetivos políticos.
A Religião verdadeira deve preencher os ensejos da clareza e não esconder-se nos dogmas irracionais.
E acima de tudo,a Religião deve ser autorizada,séria,reconhecida e tolerante com a diversidade da fé e não um comércio onde pessoas que buscam conforto,crescimento espiritual,enfim uma vida em comunhão,são enganadas por falsos profetas.
Esses que assim conduzem a fé querem apenas manter seu "rebanho" sob domínio e aumentá-lo sempre que possível,o que lhes permite continuarem dominantes,aumentando sua arrecadação.
Esse tipo de fé não me serve !

bjo...