quinta-feira, 8 de abril de 2010

Recall: você sabe o que significa?

Com uma freqüência cada vez maior, a população toma conhecimento da retirada súbita de diversos produtos do mercado, por motivos como defeito de fabricação, contaminação química ou biológica, graves efeitos adversos, etc. Até um termo novo foi introduzido pelas empresas na mídia, para designar tais retiradas, e, como não poderia deixar de ser, em um país culturalmente colonizado como o nosso, o termo é em inglês. Recall, é a palavra utilizada, forma “esperta” de informar desinformando, pois poucos entendem o que ela quer dizer, para que assim a imagem da empresa seja arranhada o mínimo possível.
Na realidade, significa que a empresa está dizendo “produzimos de forma negligente e em busca do mínimo custo e do máximo lucro possíveis, e, consequentemente, com defeito, o produto tal. Conseguimos vendê-lo à custa de muita propaganda enganosa mas, infelizmente, fomos descobertos por causa dos danos que causamos ao bem-estar, à saúde e até à própria vida do incauto que comprou. Estamos, assim, sendo obrigados a chamar todos os ingênuos que compraram e sobreviveram ao nosso produto, para que possamos, agora, fazer as devidas correções. Lembramos que os órgãos que ora nos obrigam a tal atitude, são os mesmos que deveriam fiscalizar a entrada do nosso produto no mercado, e não o fazem corretamente (para o bem do nosso sucesso financeiro, aqui pra nós). Felizmente, para os nossos donos e acionistas, o lucro está garantido, em especial graças à não obrigatoriedade do pagamento compulsório de indenizações a todos os prejudicados.”
Fiz esta reflexão após ler no UOL a matéria abaixo. Como é que ficam então as 25.000 pessoas, que se submeteram cirurgicamente a correção de mamas com o silicone proibido? Quem vai pagar pelos danos físicos, psicológicos e morais? A quem pedir socorro? Imaginei a quantidade de produtos prejudiciais aos seres humanos que já foram produzidos e consumidos, com inúmeros casos de alergias, intoxicações, acidentes e mortes, que não foram, na época, relacionadas aos produtos.
E este crime contra os consumidores não é feito só por pequenas e médias empresas não. Recentemente grandes montadoras de veículos como Nissan, Toyota e Volkswagem produziram carros com defeitos. Até carrinhos de bebê já foram encontrados após causarem lesões graves em crianças.
Então, nesta guerra mercadológica que o planeta vive, em tempo de globalização, os maiores prejudicados continuam sendo os mesmos: os consumidores. Por isso tenha muita atenção com o que compra e consome.


Gilvan Almeida


Brasileiras usaram 25 mil próteses de silicone proibidas

Fernanda Bassette

Ao menos 25 mil próteses de silicone da marca Poly Implant Prothèses (PIP) --que teve a venda proibida nesta semana pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)-- foram implantadas em mulheres brasileiras.
A marca francesa estava registrada no Brasil desde 2005. Desde então, 34.631 unidades foram importadas e 25 mil usadas. As 9.631 próteses restantes serão recolhidas e passarão por análise da Anvisa.
Segundo Dirceu Barbano, diretor da agência, o objetivo é verificar se os lotes do país estão adulterados. Análises feitas na França encontraram silicone diferente do aprovado para uso nas próteses e causaram a proibição das vendas naquele país.
A Anvisa não tem registros de rompimentos dessas próteses no Brasil.

Um comentário:

Faide disse...

Pois é Gilvan...
O descaso que assola nosso planeta está cada dia mais explícito.
A desconsideração e a falta de compromisso,seja por parte do governo,empresários ou de de uns com os outros,diante de quem tem uma postura séria,incomoda e revolta.
Mas em relação ao post,penso que as pessoas precisam urgentemente cair na real se posicionando a favor de si mesmas,gostando do que são e do que tem,porque tanta insatisfação pessoal e busca pela perfeição não são saudáveis e levam ao que se vê.Salvo os casos em que se age pela saúde física ou extrema necessidade.

bjo
Faide