sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Não esqueçamos: ainda tem gente passando fome no Brasil.

O Governo Federal e a mídia menos desonesta mostram a toda hora o crescimento econômico do país nesta primeira década do século XXI. Desde criança ouço falar que o Brasil é o país do futuro, e eu não via o desenvolvimento chegar à maioria da população. Acredito que agora o futuro realmente está chegando. Êxitos estão sendo alcançados na economia, na saúde pública, na qualidade de vida, nas liberdades democráticas.
Apesar de sermos um dos países mais injustos com sua população, já há redução nas diferenças sociais, mas não devemos nos esquecer que ainda há muita gente passando fome; os índices de doenças preveníveis ainda são altos; a mortalidade infantil, apesar da melhora nos níveis, ainda é alta, quando comparada com os índices de Cuba e dos países desenvolvidos.
Ainda há muito a ser feito para que possamos chegar, um dia, a um pleno estado de justiça social, e não podemos deixar que o oba-oba do consumismo, que toma conta do país, anestesie nossa consciência e faça nos esquecer dos nossos milhões de famintos.
O artigo abaixo foi publicado hoje na UOL.

Gilvan Almeida
Cerca de 30% dos domicílios brasileiros sofrem com algum grau de restrição alimentar
Do UOL Ciência e Saúde
Em São Paulo

Aproximadamente 30% dos domicílios brasileiros não têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente. É o que mostra levantamento suplementar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgado nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A pesquisa, relativa a 2009, analisou 58,6 milhões de domicílios particulares no país. Desse total, 17,7 milhões (30,2%) apresentam algum grau de insegurança alimentar, o que representa um total de 65,6 milhões de pessoas. Em 2004, a proporção era de 34,9%.
Entre esses domicílios mencionados acima, 18,7% (ou 11 milhões de lares) apresentam situação de insegurança alimentar leve; 6,5% (3,8 milhões) moderada, e 5% (2,9 milhões) grave. Ao todo, 11,2 milhões de pessoas relataram ter passado fome no período investigado.
Em 2004, as prevalências de domicílios com moradores em situação de insegurança alimentar leve, moderada e grave eram, respectivamente, 18%, 9,9% e 7%. Ou seja, houve redução dos percentuais de restrição moderada e grave.
A pesquisa mostra que a prevalência de insegurança alimentar é maior na área rural do que na urbana. Enquanto 6,2% e 4,6% dos domicílios em área urbana apresentavam níveis moderado e grave, respectivamente, na área rural as proporções foram de 8,6% e 7%.

Um comentário:

Alma Acreana disse...

Gilvan,

em números estamos nos tornando uma das grandes potências, porém, na realidade nossa maior potência ainda é a desumana pobreza!


Um forte abraço!