sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sexta poética: O que sentia nem ela sabia

Mais uma Sexta Poética, em que compartilho este belo poema que encontrei no blog do Ewerton, na Blogosfera. Em seguida ao texto, o comentário que fiz.

Gilvan Almeida
O que sentia nem ela sabia

Ela gritava contra os ventos.
Ela escrevia em folhas
invisíveis.
Ela corria por terras
estranhas.
Não havia uma base que a
sustentava.
Embora forte, se entregava as
lágrimas a cada dor, afinal, agora já não era hora de ser forte.
Era hora de mostrar que precisava de ajuda, que precisava de
palavras sinceras, de um abraço, de uma imagem que só via quando aparecia o sol.
Não sentia frio nem calor. Não tremia nem suspirava.
O que sentia nem ela sabia.
Eles chamavam de
amor, mas como o amor podia fazer com que ela sofresse tanto?
Ela não queria esse amor por isso preferia não definir o que sentia.
Preferia
viver, embora sofrendo, mas com a esperança que um dia a dor cedesse e desse lugar aos seus sonhos mais profundos.
Quando isso acontecesse, estaria pronta para se orgulhar do que vivia, para compartilhar com os outros a sua
vida e para escrever suas emoções em páginas reais, sem mentiras.

Escrito por Ewerton da Silva Carvalho.



Ewerton: Gostei muito do texto O que sentia nem ela sabia. Você me pegou, como acredito que pegue a todos que o lerem de coração aberto, como o li. Especial revelação apareceu com o trecho: "...agora já não era hora de ser forte..." Quantas dores vivemos em determinados momentos da vida, mais do que deveríamos, por teimosia, fingindo fortaleza, quando o mais sensato seria reconhecer a fragilidade e se entregar à realidade da dor, para assim poder descobrir seus mecanismos geradores e poder desativá-los e se libertar. Dar-se, novamente, o direito de ser feliz.

4 comentários:

Luciana Santa Rita disse...

Oi amigo,

Tudo bem? A dor para mim, por incrível que pareça, me fez mulher e me tornei uma pessoa melhor. Logo, que ela seja breve, mas que firme o seu propósito.

Bom final de semana!

Lu

Fátima Almeida disse...

Amei. me descortinou toda uma paisagem, me fez lembrar do mito grego de Eros e todos os outros referentes ao amor. Gosto de poesias assim, parece romântico mas é clássico.

Luzia Medeiros disse...

A dor consegue transformar, ensinar muitas coisas.

Gostei muito do texto e do blog. Seguindo.

Beijos.

Jonas Abud disse...

A poesia nos remete a uma nostalgia que é natural quando estamos frágeis. É um momento de aprendizado e entrar em contato com a dor. As respostas são maduras e trazem mais convicção.