terça-feira, 15 de junho de 2010

Destinos abortados

Quando li o artigo “Mãe surrava filha por fazer xixi na cama”, além da indignação que senti, lembrei de um texto que escrevi, sobre as características de algumas mães (Tem mãe que ...). Sou dos que acreditam que saber ser um bom pai ou uma boa mãe não é inato ao ser humano. É preciso aprender, despertar para esta necessidade e querer aprender, e este aprendizado, quando não é feito com resignação, consciência, amor e paciência, muitas vezes é feito grosseiramente no lombo dos filhos mais velhos. Observem que, geralmente, os filhos mais novos têm uma criação bem mais branda. Custa tempo e sofrimento compreender alguns acontecimentos de nossa infância, superar traumas, complexos e receber a brisa da aceitação de que nossos pais só nos deram o que tinham, o que receberam da criação que os pais deles lhes deram. E tudo o que fizeram, mesmo o que nos causou dor, foi pensando em nosso bem (pelo menos a maioria agiu com esta intenção e por isto merecem o nosso perdão). Quantos pais, por insensibilidade ou ignorância, abortam as potencialidades de seus filhos.
Fico a pensar, nenhum ser humano tem plenamente desenvolvidas as potencialidades que traz ao nascimento, por causa da criação, de algumas infelizes criações e dos desvios comportamentais que elas proporcionam. Na luta pela adaptação ao que a família e o meio nos exigiram, a maioria de nós é sobrevivente emocional, alguns com seqüelas irrecuperáveis, e em muitos aspectos deixamos de ser o que seríamos. E os que foram ou estão sendo criados sem pai e sem mãe, o que pensar deles, abandonados nas ruas, frutos do descaso criminoso de alguns pais e principalmente do Estado? Sem limites e sem apoio, o que esperar deles, além do retorno da mesma violência com que estão sendo tratados?
Imaginem se todo o potencial de um ser humano fosse, desde bebê, percebido e estimulado pelos pais e pela sociedade, que geração de seres incríveis teríamos. Alguns escapam, Mozart é um exemplo. Graças à sensibilidade da família, sua genialidade artística foi precocemente reconhecida e alimentada.


Gilvan Almeida


Mãe surrava filha por fazer xixi na cama
Fabiana Seragusa

Aos 11 anos, a inglesa Constance Briscoe procurou o Serviço Social, sozinha, e suplicou por ajuda para sair de casa. Ela não aguentava mais apanhar todos os dias da mãe, ficar longos períodos sem comer, ser humilhada e xingada constantemente.
Depois de receber um "não" dos funcionários, que não podiam registrar as reclamações da garota sem a autorização de parentes, ela decidiu se matar: bebeu alvejante com água. "Escolhi a marca Domestos porque ela mata todos os germes conhecidos e a minha mãe vivia dizendo que eu era um germe." Mas Constance não morreu.
Leia o artigo completo em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u728084.shtml

Tem mãe que...

Quase todas as mães são belos exemplos de carinho, atenção e zelo para com a família, possuem uma verdadeira aptidão para a maternidade, e têm o seu amor incondicional comparado em pureza e intensidade ao amor de Jesus. Mas há algumas mães que: são egoístas, só pensam nelas, não param para dar atenção ao que os filhos têm a dizer, pois mais importante é a profissão, o cabeleireiro, as compras ou o encontro com a amiga; têm ciúmes dos filhos, não aceitam que eles tenham amigos (nenhum presta), e até dificultam a relação deles com o próprio pai; falam mal dos filhos, tanto para pessoas estranhas à família quanto dentro da própria casa, jogando uns contra os outros e criando distância entre os irmãos; fazem questão de mostrar que os filhos dos outros são sempre melhores, mais inteligentes e bem sucedidos que os seus; além de terem tido uma relação difícil com os filhos ainda tentam colocar os netos contra a mãe ou o pai deles; disputam com a filha a atenção do pai, do namorado ou do genro, a quem só falam dos defeitos da filha; demonstram claramente que têm preferência por um dos filhos, não se importando que os outros percebam; dominam os filhos através do sentimento de culpa, jogando sobre eles a responsabilidade por tudo o que de ruim aconteça com elas; tiranizam os filhos com ameaças veladas e chantagens emocionais; não fazem carinho nos filhos quando crianças, não tocam, não beijam, não põem no colo, com argumento de que vão ficar manhosos e mal-acostumados; não acompanham e nem aceitam o crescimento e o amadurecimento dos filhos, tratando-os sempre como se fossem moleques, incapazes, irresponsáveis, e com isso invadem a vida deles, prejudicando-os muitas vezes em seus relacionamentos familiares e profissionais; exigem do(a)s filho(a)s fidelidade e submissão eternas a seus caprichos, que quando negados elas jogam para cima deles o tradicional “...tanto que eu fiz por vocês, e olhem o que vocês fazem comigo...”

Gilvan Almeida





4 comentários:

Olivia Maia disse...

É, esse assunto é bem complexo. Muito instigante. Recomendo um livro que trata o assundo de uma forma bem legal "O Drama da Criança Bem Dotada - como os pais podem formar (e deformar) a vida emocional dos filhos" - Alice Miller (summus editorial). Vale a pena conhecer.
abraço fraterno
Olivia

C@uros@ disse...

Querida amigo Gilvan, ser mãe não é para todas, infelizmente, a criança é que sofre e acaba com "traumas".Como desse a amiga Olívia é um assunto complexo. O futuro de um inocente.Parabéns pelo seu belo trabalho informativo.

forte abraço e saudações alvinegras.

C@urosa

Concita Maia disse...

Maternidade? Muito complexo mesmo.
Encontrar o ponto de equilibrio não é tarefa fácil. Na verdade é o desafio!

Unknown disse...

Realmente, ser mãe nem sempre para algumas mulheres é uma tarefa fácil. Lendo esse texto lembrei-me de um exemplo da vida real recente que vi em uma lanchonete onde estávamos. A criança ardendo em febre e a mãe com ela deitada parte do corpo na cadeira e parte m seu colo, navegando na internet, balançando os cabelo e sem nem se importar com filho. Isso me deixou muito triste! Questionei-me a respeito daquele comportamento e tudo o que pude fazer foi ficar pensando na pobre criança ali, choramingando nos braços frios de uma mãe. Como somos engessados muitas vezes e não podemos agir para resolver algmas situações.