terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Passado, presente e futuro

Há diversas formas de conhecermos os seres humanos. Uma delas é ver como que cada um vive em relação ao tempo. Algumas pessoas vivem no passado: umas através do saudosismo, em que só as coisas de antigamente é que eram boas, tudo no tempo delas era melhor, que o mundo atual está perdido, pois todos os bons valores de sua época se perderam ou foram deturpados; outras vivem no passado guardando e cultivando profundas mágoas de situações vividas, remoem ressentimentos, nutrem planos de vinganças, vivendo novamente as dores a cada vez que pensam ou alguém fala sobre o que aconteceu, verdadeiras prisioneiras do ontem que não se libertam para viver o hoje. Há os que vivem no futuro, apressados, impacientes, preocupados e ansiosos com o que vai lhes acontecer, antecipam o futuro, geralmente de maneira trágica, pessimista, imaginando sempre o pior, criando situações em pensamento, como se fossem verdades e sofrendo por antecipação. Não sabem esperar o futuro chegar sob a forma de presente. Poucas pessoas vivem no presente, vivenciando a realidade atual de forma intensa e concentrada, assumindo responsabilidades, erros, culpas e aproveitando a vida, degustando os frutos das vitórias obtidas. Assim, quem vive no passado precisa de asas para voar até o presente, e quem vive no futuro precisa de âncora para permanecer no presente. Qual é o tempo em que você vive?
Gilvan Almeida

3 comentários:

Binho disse...

Muito interessante, Gilvan! Teu pensamento me fez lembrar de um desenho que fiz há trocentos anos, que costumo reproduzir com pequenas evoluções durante algumas reuniões chatas. É um jabuti com asas, voando na altura das nuvens. Nunca entendi bem o significado, mas agora, com tuas palavras, entre asas e âncoras, fiquei pensando... Acho que algumas fichas estão caindo. Acho que o jabuti é a minha âncora. Gosto das âncoras. Amo as raízes. Mas tenho paixão por asas. Aliás, quando o desenho nasceu, no começo dos anos 1980, veio com um pequeno poema de quebra. Um dia/O dia que nunca vem/Virá/E você/Que não faz empenho/Verá/Eu nasci pra voar.
Grande abraço
Binho

Luciana Santa Rita disse...

Oi meu amigo,

Acho que sou tripolar quando me refiro ao tempo. Apenas uma opinião de quem procura o tempo todo se conhecer. Gosto do passado e do que ele me transformou, gosto do presente porque todos os dias, tenho esperança e gosto do futuro porque seri que ainda terei uma chance.

Hoje publiquei sobre saudade lá no blog e lembrei de você, talvez por que você lida diariamente com isso, mas também porque você teme o passageiro ou o perecível.

Beijos.

Lu

Jane Vilas Bôas disse...

Oi Gilvan, te achei - com ajuda da Michela. Gostei muito de seu texto sobre o tempo. Âncoras e asas são elementos que compuseram um binômio com muita estética e instigam o pensamento.
Abraço,
Jane Vilas Bôas